Charles Baudelaire - PoesiaNet 003

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  • 8/18/2019 Charles Baudelaire - PoesiaNet 003

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    Fonte: http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet003.htm

    Número 3Quinta-feira, 26 de dezembro de 2002

    "Às cinco da manhã, a angústia se veste de branco" !inicius de #oraes$ 

    %har&es 'aude&aire

    (migo, amiga,

    oc) abre um &ivro de *oesia e, &ogono in+cio, num *oema chamado "(oeitor", o autor avisa "Na a&mofadado ma& . /atã rismegisto1 Quemdocemente nosso es*+rito conso&a"ara não deiar dúvida, mais adiantee&e reafirma "4 o 5iabo ue nosmove e at. nos manuseia7"

    Não, não adianta fingir ue não .com voc) 8 *oeta assegura uevoc) sabe do ue e&e est9 fa&ando, etermina mandando mordazes ecordiais sauda:;es "

  • 8/18/2019 Charles Baudelaire - PoesiaNet 003

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    moderno e um dos escritores de maisforte inf&u)ncia nas gera:;es*osteriores mundo afora, 'aude&airecontrabandeou *ara a *oesia de sua.*oca, marcada *e&o idea&ismoromJntico, o ma&-estar das cidades eo choue do feio, dos temas su>os edoentios

    (o *ub&icar As Flores do Mal , e&e foicondenado *or ofensa K mora&*úb&ica (&.m de *agar uma mu&ta emdinheiro, a >usti:a obrigou-o a retirarseis *oemas do vo&ume 8s seisvo&taram a integrar a obra onze anosde*ois, na *rimeira edi:ão *=stumado &ivro, em BC6C

    8 *rimeiro teto ao &ado . um desses*oemas condenados, "À ce&&e ui esttro* gaie" !"( ue est9 sem*rea&egre"$ (o comentares*ecificamente a censura a esse*oema, 'aude&aire diz "8s >u+zes

     >u&garam descobrir um sentido a umtem*o sanguin9rio e obsceno nas

    duas ú&timas estrofes ( gravidade daco&etJnea ec&u+aseme&hantes gracejos#as venenoeuiva&endo a spleen oua me&anco&ia era uma id.ia muitosim*&es *ara crimina&istas Que suainter*reta:ão sifi&+tica &hes fiue naconsci)ncia7"

    /egundo nota do editor franc)s, "aue est9 sem*re a&egre" . (*o&&onia/abatier, animadora cu&tura&*ariense, cu>a casa era freLentada*or figuras como Iustave ?&aubert,h.o*hi&e Iautier e o *r=*rio'aude&aire ( sorridente #adame/abatier tamb.m teve um caso com o

    *oeta

    8utra *euena amostra de'aude&aire vem de seu &ivro "etitesoMmes en rose", de BC62 rata-sedo conhecido *oema "Gnivrez-vous"!"Gmbriaguem-se"$ Fmacuriosidade esse teto . citado no"oema da Necessidade", de %ar&os5rummond de (ndrade"4 *reciso estudar vo&a*uue1 .*reciso estar sem*re b)bedo,1 .*reciso &er 'aude&aire1 . *recisoco&her as f&ores1 de ue fa&am ve&hosautores" !n Sentimento do Mundo,BOP0$

    or fim, "8 %onvite K iagem", umasim*9tica f&orzinha do ma& ue*ro*;e uma fuga *ara um &ugar onde"tudo . *az e rigor1 &uo, be&eza e&angor" Gnfim, uma *ro*osta desonho e fuga ue ho>e não tem nadade ma&dito (t. &embra o c&ima dacan:ão de Ii&berto Ii& "amos fugir1routro &ugar, babR1 !$ outro &ugarao so&1 8utro &ugar ao su&1 %.u azu&,c.u azu&1 8nde ha>a s= meu cor*o nu1Sunto ao seu cor*o nu"

    TTToTTT

    No 'rasi&, destacam-se doistradutores d(s ?&ores do #a& Fm . o

    *au&ista Iui&herme de (&meida!BCO0-BO6O$, ue verteu 2B dos *oemas,reunidos no &ivro Flores das "Floresdo Mal" de Baudelaire!Gdi:;es de8uro$ 8 outro . o carioca van

    Subir, tendo * mo um a)oite,

    8unirte a carne embe%ecida,9agoar o teu peito perdoado4 abrir em teu flanco assustadoma larga e funda ferida,

    4, como 5;tase supremo,8or entre esses l(bios frementes,9ais deslumbrantes, mais ridentes,

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    Sunueira !BO3P-$, ue cometeu amonumenta& *roeza de *assar ao*ortugu)s todos os B6D *oemas dovo&ume G&es estão em %har&es'aude&aire, As Flores do Mal , edi:ãobi&+ngLe, tradu:ão, introdu:ão enotas de van Sunueira !Nova?ronteira, BOCE$ a outros *oemas de %har&es'aude&aire no bo&etim- *oesianet n 2CC

     

    G#'A(IFG#-/G

    = preciso estar sempre embriagado. ' est(: eis a 7nica

    !uesto. 8ara no sentirem o fardo horr%el do Tempo !ue %ergae inclina para a terra, preciso !ue se embriaguem semdescanso.

    Com !u5> Com %inho, poesia ou %irtude, a escolher. 9asembriaguemse.

    4 se, por%entura, nos degraus de um pal(cio, sobre a rel%a%erde de um fosso, na solido morna do !uarto, a embriague&diminuir ou desaparecer !uando %oc5 acordar, pergunte ao%ento, * %aga, * estrela, ao p(ssaro, ao rel?gio, a tudo !ue flui,a tudo !ue geme, a tudo !ue gira, a tudo !ue canta, a tudo !uefala, pergunte !ue horas so" e o %ento, a %aga, a estrela, o

    p(ssaro, o rel?gio respondero: @= hora de embriagarse1

    8ara no serem os escra%os martiri&ados do Tempo,embriaguemse" embriaguemse sem descanso@. Com %inho,poesia ou %irtude, a escolher.

    E%I&!E'(&US 

    6l faut être toujours ivre. Tout est l37 c8est l8uniue uestion. 2our ne pas sentir l8horrible fardeau du Temps ui brise vos #paules

    et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve.9ais de uoi: %e vin, de po#sie, ou de vertu, 3 votre guise.9ais enivre

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      esses cus nublados8ara mim guardam o encanto  9isterioso e cruel  esse olhar infielBrilhando atra%s do pranto.

    -(, tudo pa& e rigor,-u;o, bele&a e langor.

      #s m?%eis polidos,  8elos tempos idos,ecorariam o ambiente"  's mais raras flores  9isturando odores ' um Ambar fluido e en%ol%ente,  Tetos inauditos,  Cristais infinitos,Toda uma pompa oriental,  Tudo a * alma

      Falaria em calmaSeu doce idioma natal.

    -(, tudo pa& e rigor,-u;o, bele&a e langor.

      5 sobre os canais  ormir 2unto aos caisBarcos de humor %agabundo"  = para atender   Teu menor pra&er $ue eles %5m do fim do mundo.  #s sangDneos poentes

      Banham as %ertentes,#s canis, toda a cidade,  4 em seu ouro os tece"  # mundo adormece6a tpida lu& !ue o in%ade.

    -(, tudo pa& e rigor,-u;o, bele&a e langor.

    N(8N (F 8W(IG

      9on enfant, ma soeur,  Songe * la douceur Ealler l*bas %i%re ensemble1  'imer * loisir,  'imer et mourir  'u pas !ui te ressemble1  -es soleils mouills  e ces ciels brouills8our mon esprit ont les charmes  Si mstrieu;  e tes traGtres eu;,Brillant * tra%ers leurs larmes.

    -*, tout nEest !uEordre et beaut,-u;e, calme et %olupt.

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      es meubles luisants,  8olis par les ans,coreraient notre chambre"  -es plus rares fleurs  95lant leurs odeurs 'u; %agues senteurs de lEambre,

      -es riches plafonds,  -es miroirs profonds,-a splendeur orientale,  Tout parlerait  + lEAme en secretSa douce langue natale.

    -*, tout nEest !uEordre et beaut,-u;e, calme et %olupt.

      ois sur ces canau;  ormir ces %aisseau;ont lEhumeur est %agabonde"

      CEest pour assou%ir   Ton moindre dsir $uEils %iennent du bout du monde.  -es soleils couchants  He%5tent les champs,-es canau;, la %ille entiIre,  Ehacinthe et dEor"  -e monde sEendortans une chaude lumiIre.

    -*, tout nEest !uEordre et beaut,-u;e, calme et %olupt.

     

    *oesianetwww.algumapoesia.com.br Carlos 9achado, J00J

    Charles BaudelaireK @' $ue 4st( Sempre 'legre@ e @# Con%ite *

    iagem@