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cont. pag 3 Ano I nº 4 29 de Março de 2012 Édition bilingue -Français-Portugais • Edição bilingue -Português-Francês Gracieuseté de nos annonceurs et distribué le dernier jeudi de chaque mois www.lecourrierportugais.com Dit le Portugais le premier Messager en Nouvelle-France Pedro da Silva CORREIO PORTUGUÊS PORTUGAIS LE COURRIER P P P Pedro da Silva Fondé 01/12/2011 Fondé 01/12/2011 Cahier Cahier détachable détachable Pages Pages centrales centrales Questões do Estado de Direito por VASCO GRAÇA MOURA, DN O que é que haverá de comum entre personalidades tão diferentes como Pedro Santana Lopes, Jorge Bacelar Gouveia, José António Saraiva e Henrique Monteiro? Face aos jornais das últimas semanas, a resposta é muito simples: todos defendem o Acordo Ortográco, todos discordam das posições que tenho sustentado, todos, pelos vistos, entraram em alerta vermelho com os textos publicados no Jornal de Angola, e todos evitam tomar posição sobre questões que são essenciais. A primeira dessas questões é a da entrada em vigor do AO. Toda a gente sabe que, não tendo sido raticado pelas Repúblicas Populares de Angola e de Moçambique, ele não entrou em vigor. A raticação é o acto pelo qual um estado adverte a comunidade internacional de que se considera obrigado nos termos do tratado que subscreveu juntamente com outros estados. No que a este caso interessa, o tratado entra em vigor na ordem jurídica internacional logo que raticado por todos os estados signatários. A partir do momento em que entre em vigor na ordem jurídica internacional, essa convenção será recebida na ordem jurídica interna do estado signatário. Antes, não pode sê-lo. Não estando em vigor na ordem jurídica internacional, nem ele nem, por identidade de razão, o bizarro segundo protocolo modicativo, uma vez que também não foi raticado por aqueles estados, o AO não está nem pode estar em vigor na ordem jurídica portuguesa. Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a este ponto. Ora, sem o AO estar em vigor, a solução é muito simples: continua a vigorar a ortograa que se pretendia alterar. Como estamos num estado de Direito, a solução é só essa e mais nenhuma. E a lei deve ser cumprida por todos. A segunda questão prende-se com a exigência, feita pelo próprio AO (art.º 2.º), de um vocabulário ortográco comum, elaborado com a participação de instituições e órgãos competentes dos estados signatários. Não existe. Qualquer outro vocabulário que se pretenda adoptar, seja ele qual for, será uma fraude grosseira ao próprio acordo... A resolução do Conselho de Ministros do Governo Sócrates (n.º 8/2011, de 25 de Janeiro) raia os contornos de um caso de polícia correccional: produz uma distorção ignóbil da verdade ao armar, no preâmbulo, que adopta “o Vocabulário Ortográco do Português, produzido em conformidade com o Acordo Ortográco”. É falso. Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a este ponto. Pag.9 Voir pag. 3 4280 boul. St-Martin Ouest - Laval H7T 1C3 tél. : 450-686-0360 fax:: 450-686-8511 4280 bo l St Martin O est La al H7T 1C3

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Correio Português / Le Courrier Portugais Publicação: Ano I N° 4 29 de Março de 2012

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Ano I nº 4 29 de Março de 2012

Édition bilingue -Français-Portugais • Edição bilingue -Português-Francês

Gracieuseté de nos annonceurs et distribué le dernier jeudi de chaque moiswww.lecourrierportugais.com

Dit le Portugais le premier Messager en Nouvelle-FrancePedro da Silva

CORREIOPORTUGUÊS PORTUGAIS

LE COURRIERPPPPedro da Silva

Fondé 01/12/2011Fondé 01/12/2011

Cahier Cahier détachabledétachable

Pages Pages centralescentrales

Questões do Estado de Direitopor VASCO GRAÇA MOURA, DN

O que é que haverá de comum entre personalidades tão diferentes como Pedro Santana Lopes, Jorge Bacelar Gouveia, José António Saraiva e Henrique Monteiro? Face aos jornais das últimas semanas, a resposta é muito simples: todos defendem o Acordo Ortográfi co, todos discordam das posições que tenho sustentado, todos, pelos vistos, entraram em alerta vermelho com os textos publicados no Jornal de Angola, e todos evitam tomar posição sobre questões que são essenciais.

A primeira dessas questões é a da entrada em vigor do AO. Toda a gente sabe que, não tendo sido ratifi cado pelas Repúblicas Populares de Angola e de Moçambique, ele não entrou em vigor.

A ratifi cação é o acto pelo qual um estado adverte a comunidade internacional de que se considera obrigado nos termos do tratado que subscreveu juntamente com outros estados. No que a este caso interessa, o tratado entra em vigor na ordem jurídica internacional logo que ratifi cado por todos os estados signatários. A partir do momento em que entre em vigor na ordem jurídica internacional, essa convenção será recebida na ordem jurídica interna do estado signatário. Antes, não pode sê-lo.

Não estando em vigor na ordem jurídica internacional, nem ele nem, por identidade de razão, o bizarro segundo protocolo modifi cativo, uma vez que também não foi ratifi cado por aqueles estados, o AO não está nem pode estar em vigor na ordem jurídica portuguesa.

Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a este ponto.

Ora, sem o AO estar em vigor, a solução é muito simples: continua a vigorar a ortografi a que se pretendia alterar. Como estamos num estado de Direito, a solução é só essa e mais nenhuma. E a lei deve ser cumprida por todos.

A segunda questão prende-se com a exigência, feita pelo próprio AO (art.º 2.º), de um vocabulário ortográfi co comum, elaborado com a participação de instituições e órgãos competentes dos estados signatários. Não existe. Qualquer outro vocabulário que se pretenda adoptar, seja ele qual for, será uma fraude grosseira ao próprio acordo...

A resolução do Conselho de Ministros do Governo Sócrates (n.º 8/2011, de 25 de Janeiro) raia os contornos de um caso de polícia correccional: produz uma distorção ignóbil da verdade ao afi rmar, no preâmbulo, que adopta “o Vocabulário Ortográfi co do Português, produzido em conformidade com o Acordo Ortográfi co”. É falso.

Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a este ponto.

Pag.9

Voir pag. 3

4280 boul. St-Martin Ouest - Laval H7T 1C3

tél. : 450-686-0360fax:: 450-686-8511

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CORREIO PORTUGUÊS TRIBUNA MARÇO de 20122

Correio Português / Le Courrier Portugais. Le magazine de Pedro da Silva, dit le Portugais, premier Messager en Nouvelle-France • Le mensuel franco-portugais d’information. Éditeur/administrateur: Henrique Laranjo - www.lecourrierportugais.com - 4134 boul. St-Laurent, Montréal, Qc. H2W 1Y8 • Tél: 514-826-0681

Design graphique: Editions Astrolabe enr. • Directeur de l’information : Raoul Mesquita. • Traductrice: Marta Raposo Impression: Imprimeries Transcontinental, Montréal, Qc, • Distribué par: DifuMag, dans la grande région montrealaise.(Centre-Ville et banlieue nord et sud)

Distribution gratuite. • 10.000 exemplaires. • Dépôt légal: novembre 2011 • Bibliothèque nationale du Québec • Bibliothèque nationale du CanadaArticles d’opinion:Le Courrier portugais accorde priorité aux lettres qui font suite à des articles publiés dans ses pages et se réserve le droit de les abréger ou refuser.

Les auteurs sont responsables de leurs écrits qui doivent être clairs et concis, signés, avec nom complet, adresse et numéro de téléphone. [email protected]

SumárioSommaire

A Chuva e o Bom Tempo Temas de actualidade O mundo em que vivemos Legendas NacionaisRedescobrindo o Canadá Entre Nós -FR-PT Terres du Portugal - FR Ao correr da pena Santé et Dicas -FRSaveurs du Portugal-FR Événements -FR Espaço Jovem - BDSugestion -FR

pag.2pag.3-4pag.5pag.6pag.7pag.8-9pag.10pag.11pag.12pag.13pag.14pag.15pag.16

A Chuva e o Bom Tempo Mau comportamento é fruto da educação dada pelos paisO psicólogo Luís Maia lançou ultimamente o livro “E Tudo começa no Berço”

“As práticas educativas parentais desde o nascimento dos fi lhos sãoresponsáveis, em noventa por cento dos casos, por comportamentos inadequados como o bullying e a indisciplina escolar,” defende em livro o investigador e psicólogo Luís Maia.

E Tudo começa no Berço, é o título do livro agora lançado, no qual o autor defende que é desde o nascimento da criança que se desenvolvem grande parte das suas características, positivas ou negativas.

“Perdoem-me pais, mas a culpa de muitos de nós não termos controlo sobre o comportamento dos nossos fi lhos, estou convencido, não é dos fi lhos, nem da sociedade: é nossa”, escreve o autor alertando para a necessidade de os pais estarem mais presentes na vida dos fi lhos.

Partindo de exemplos práticos, Luís Maia pretende demonstrar como a desresponsabilização dos membros familiares e educadores próximos das crianças e adolescentes apenas contribui para a acomodação a uma sociedade desumanizada.

Então haverá ou não uma relação entre o comportamento das crianças e a forma como são educadas desde bebés? Na opinião do psicólogo, baseada em 20 anos de prática clínica, essa relação é bem evidente e manifesta-se em 90 por cento dos casos.

“Na minha opinião cerca de 90% da responsabilidade do comportamento inadequado das crianças e adolescentes está sedeado nas práticas educativas nos primeiros dias e anos da criança”, disse em declarações à Lusa, adiantando que na maioria dos casos são os pais que precisam de ajuda para se reorientarem na educação dos seus fi lhos.

Luís Maia explica que nos milhares de casos que já atendeu, quando começa a investigar as causas dos comportamentos inadequados das crianças quer sejam de indisciplina escolar, de violência contra os pares ou de outras atitudes antissociais, na maioria das vezes os pais foram orientados percebendo que eram as suas práticas educativas que deveriam ser alteradas.

A má prática educativa, explicou, ocorre em todas classes socioeconómicas e mesmo em ambientes familiares normais quando por exemplo os pais se desautorizam em frente à criança, quando quebram rotinas ou quando delegam competências.

“A sociedade,— defende o autor em declarações à agência Lusa, —desaprendeu a arte de educar os fi lhos e a comportarem-se em sociedade, delegando nas estruturas essa responsabilidade”. Uma aposta que considera errada.

NDR: um livro a adquirir.

Aprendi com as Primaveras a me fazer cortar e a fi car sempre inteiro…Esta história é um tanto surrealista é certo, mas passou-se num atelier de alfaiates numa aldeola mais ou menos perdida entre neves e oceanos, afastada da civilização. Conta-se— em forma de metáfora — que o alfaiate principal gostava de utilizar um manequim que sempre lhe fez boa obra. Não era mesmo raro que o astuto mestre das linhas e alfi netes, elogiasse a postura do seu manequim, recto, justo nas formas, fazendo ressaltar qualquer imperfeição contida na tarefa. O tempo passando, tornou-se visível que as imperfeições por vezes apontadas eram devidas às más determinações na linha da fabricação, onde cada vez mais se tornavam evidentes as lacunas decisionais. O produto tinha uma atroz falta de entretela! E, o que tinha de acontecer, aconteceu. Surpreso, incapaz de dirigir a boutique de modo efi caz, logo o mestre alfaiate se atacou ao manequim, acusando-o de todos os males que atravessava e, procurando esconder os erros frontais da indumentária, lá ia cortando nas costas do manequim, querendo assim, ilusoriamente, fazer ajustamentos com grande falta de elegância.

Se vos falo nesta história do mestre alfaiate é para chegar ao ponto principal deste apontamento. Os cortes, de que é vítima o povo português, que ainda não viu o fundo do túnel em que outros mestres, desprovidos de ideias originais, os acurralaram. O curioso é ver como tanta gente se imiscui nos problemas fi nanceiros de outros países, sem todavia apresentar hipóteses de solução viável. Ainda há dias o Prémio Nobel da Economia afi rmava que Portugal deveria cortar entre 20 e 30 % dos ordenados do pessoal do Estado. Ora, as restrições a que o povo é obrigado são já sufi cientemente atrozes, para que adicionem quaisquer outras. E o triste de tudo isto, é ver que são sempre os mais necessitados que sofrem com as directivas fi xadas pela famigerada troika. A acompanhar este estado de coisas assiste-se com tolerância ao despedaçamento do país. Portugal é uma manta de retalhos onde os fi nanceiros estrangeiros vão escolhendo os melhores bocados. Se, a desilusão que acompanha este governo é enorme, deve-se ao facto de aquando da sua tomada de posse, ingenuamente se ter pensado que iria pôr cobro à perda de independência e aos descalabros sociais a que os socialistas conduziram o país, perseguindo os “camaradas” parasitas, recuperando assim os biliões de euros que sugaram ao povo. Ora, não somente nada fi zeram nesse sentido, como ainda os mantêm nos postos chave das empresas defi citárias que dirigem! (Como guardaram, entre muitos outros, o PGR e o Presidente do STJ, duas fi guras emblemáticas e correligionárias do socretismo...).

E então não compreendo. Se uma empresa não dá lucros, como justifi car o pagamento de vergonhosos ordenados e outras compensações (…) aos muitos membros executivos? Por outro lado, se essas empresas são defi citárias, como compreender as apetências de fi nanceiros estrangeiros em adquiri-las? Então, se afi nal poderão ser rentáveis, porquê desfazer-se delas? Não poderiam os portugueses reabilitar o seu funcionamento e guardar o património nacional? No meio destas questões e de toda esta fachada de crise, que apenas serve para esconder o maior resgate bancário de sempre, surgiu Durão Barroso— fi gurante a soldo do “establishement” da União Europeia — a anunciar risonho e convencido, a assinatura do Pacto Orçamental, aprovado por maioria e não por unanimidade — pela recusa dos ingleses seguidos pelos checos— que entrará em vigor até Janeiro do próximo ano, com exigências mais difíceis de respeitar pelos países em reconhecida difi culdade. Porque é sabido, quanto mais duras forem as exigências e os juros do pagamento dos empréstimos bancários e consequentes penalidades, no caso de incumprimento, menor será o desenvolvimento de cada país— por falta de investimentos— e maior será o desemprego e a miséria pública. Entretanto destrói-se um país. No fundo, nisso parece ser coerente este governo. As intenções de eliminar as duas datas nacionais mais representativas da portugalidade— o 1º de Dezembro e, mais signifi cativa ainda, o 5 de Outubro, data da Fundação de Portugal em 1143, com o Tratado de Zamora, e não necessariamente pela imposição duma República para que ninguém foi consultado — alinham-se com a púbere inconsciência com que despedaçam Portugal.Ponho fi nalmente uma outra questão. Se quem dirige é a troika, a que serve a Assembleia da República no momento presente? E quanto pode valer o Palácio de S. Bento? Porque não vendê-lo?Porque não poupar ao país os exorbitantes ordenados e benesses dos seus 230 ocupantes, mais todos os assessores e pessoal de diversos serviços de secretariados, manutenção etc, etc e mais etc? Não seria um corte inteligente?Ao longo da História Pátria tivemos outras interferências externas e sempre fomos sobrevivendo. Conseguiremos agora repetir e fi car inteiros? Raul Mesquita

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CORREIO PORTUGUÊS TEMAS DE ACTUALIDADE MARÇO DE 2012 3Cont. da pág.1

Mesmo que entendessem que o AO está em vigor, uma coisa é certa: nenhum entendimento, nenhum diploma, nenhum sofi sma político ou jurídico pode dar existência àquilo que não existe.

Sendo assim, e não se podendo aplicar o AO por falta de um pressuposto essencial à sua aplicabilidade, continua em vigor a ortografi a que se pretendia alterar por via dele. Como estamos num estado de Direito, a solução é só essa e mais nenhuma. E a lei deve ser cumprida por todos.

O grande problema é portanto o de que cumprir o Acordo Ortográfi co, no presente estado de coisas do nosso estado de Direito, implica não o aplicar! Ou, dizendo por outras palavras, fazer de conta que se aplica o AO é violá-lo pura e simplesmente, na sua letra e no seu espírito...

Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a esta situação paradoxal de que, certamente, tiveram a argúcia de se aperceber.

De resto, há muitas outras questões que têm sido levantadas, mas que as mesmas individualidades se dispensam de considerar, mostrando uma sufi ciência assaz discutível em relação a assuntos que não estudaram e de que, pelos vistos, percebem pouco. Não as abordaremos para já, mas elas não perdem pela demora. Diga-se apenas que nem mesmo o Brasil aceita a carnavalização da grafi a que está a ser praticada em Portugal!

Acrescento que estou um tanto ou quanto farto de ter de voltar a estas coisas com alguma frequência. Mas tenho mais apego à minha língua do que a muitos outros interesses pessoais. E voltarei ao assunto as vezes que for preciso.

Para já, trata-se de instar quatro pessoas que considero e com quem tenho uma relação cordial, a que respondam aos pontos que levantei e aproveitem para ponderar as judiciosas considerações que sobre o assunto o Jornal de Angola tem publicado. Não perdem nada com o exercício..

Questões… Pâques - Un rappel historique

Durant les premiers temps de la chrétienté, la Pâques chrétienne coïncidait avec la Pâque juive. À cette époque le calendrier utilisé pour fi xer la date de Pâques était le calendrier juif ou babylonien. La résurrection de Jésus-Christ tombait le 14ème jour du mois de Nissan en même temps que Pessah, la Pâque juive. Des divergences entre les églises d’Orient et romaine conduisirent au concile de Nicée en 325, où il fut décidé que tous les chrétiens fêteraient Pâques le premier dimanche après la pleine lune qui suit l’équinoxe de printemps. Pour éviter toute confusion avec la fête juive, Pâques devait être décalée d’une semaine les années où l’équinoxe correspondait à Pessah. En pratique, les décalages du calendrier julien avec l’année solaire et lunaire ne permirent pas aux chrétiens de respecter les termes du concile. La date de Pâques variait selon les régions du monde. Il fallut attendre la réforme du calendrier grégorien pour qu’une nouvelle règle commune soit adoptée vers 1582.

Le CarêmeDès la fi n du mardi gras, le mercredi des Cendres marque le début du Carême. Durant 40 jours, équivalents aux 40 jours passés par Jésus-Christ dans le désert, les chrétiens suivent un demi-jeûne durant lequel certains aliments riches et carnés sont interdits. La période du Carême s’apparente à un temps de purifi cation et d’élévation spirituelle pour se préparer à la résurrection de Jésus-Christ. Les RameauxLe dimanche des rameaux précède le dimanche de Pâques. À son arrivée à Jérusalem, les gens répandirent des branches de palmier sous les pieds de Jésus en guise de tapis. De nos jours, les chrétiens font bénir des branches de palmier, de buis ou d’if qui sont censés les protéger du mal durant toute l’année.

Le Vendredi saintLe vendredi suivant le dimanche des Rameaux, c’est le jour de la mort de Jésus-Christ sur la croix. Ce jour là toute viande est strictement interdite, certains observent même un jeûne complet. En ce jour, les chrétiens du monde entier suivent le chemin de croix de Jésus-Christ. Chaque station est l’occasion de rappeler une étape importante de son calvaire et de prier.

Le dimanche de PâquesLe jour de Pâques célèbre la résurrection de Jésus-Christ. C’est le jour où les disciples de Jésus se rendirent à son tombeau pour découvrir qu’il était vide. Sur le chemin du retour ils rencontrèrent Jésus ressuscité et commencèrent à répandre la bonne nouvelle.Traditionnellement, l’agneau Pascal est consommé le jour de Pâques. Pâques est un jour de fête et d’allégresse. Tous les interdits du Carême sont levés ce jour là.

A Primavera de S.JoséLá na minha terra, a giesta, não é oferecida a ninguém, como prenda de aniversário, nem serve para bouquet de noiva; nem tampouco, para adornar os cabelos. É um arbusto, rugoso, o qual se adapta as impetuosidades de um terreno áspero.E, numa espécie de cabeço, num terreno desamparado, o meu pai, plantou, a melhor vinha.Esta, por ser de tão boa qualidade, dava os melhores frutos. Não se protegia por si só; era indefesa.O vento, e a ressalga, queimavam-lhe os rebentos. Então, o meu pai, plantou como abrigo, um rente de giestas. Estas, cresceram. O vento fustigava, sem queimar a vinha, pois, encontrava resistência.No entanto, a giesta, não era oferecida ao rei, nem à dama, para enfeite de jarra; mas, para varrer a chaminé, o pátio e o forno; para atear o lume e chamuscar os porcos.A giesta, não nasceu para ser adorada, mas para adorar. Na Primavera, reveste-se do seu manto fl orido, tecido de delicados miosótis amarelos, ao perfume delicado. Nesta época, festiva, atrai colibris, abelhas e mariposas, os quais, suspiram de encanto.Por isso lhe chamamos-lhe, Primavera de S. José; por ser abrigo seguro e fl orido.Para si, caro leitor, desejo-lhe uma Primavera encantadora.

Lucia Ramos Borges

4 CORREIO PORTUGUÊS TEMAS DE ACTUALIDADE MARÇO DE 2012

Avril au PortugalAvril : mois de trente jours, le quatrième du calendrier grégorien, dont le nom dérive du latin apreire qui veut dire ‘ouvrir’ (ou ‘éclore’). Il s’agit du seul mois de l’année dont le nom fait référence à la saison dans laquelle il s’insère, le printemps, saison de fl oraison.Le mois d’avril était consacré par les romains à la déesse Vénus, d’où l’appellation mensis veneris, le mois de Vénus, déesse de l’amour et de la passion. Sous cette dénomination, le mois d’avril était représenté par un cupidon portant une couronne de roses, d’où la croyance populaire (du moins au Portugal) que les amours nés en avril sont pour la vie!

Nombreux sont les événements, les expressions ou les légendes liés au mois d’avril. Voici quelques événements historiques ayant le mois d’avril pour dénominateur commun : En début d’avril de 1922, Sacadura Cabral (pionner de l’aviation portugaise et offi cier au sein de la marine portugaise) et Gago Coutinho (offi cier de la Marine portugaise, navigateur et historien) ont entrepris la traversée aérienne de l’Atlantique Sud, de Lisbonne à Rio de Janeiro, à bord de l’hydravion Lusitânia, Fairey F III-D, monomoteur de 350 chevaux. L’insuffi sance de carburant et, par la suite, un problème mécanique ont forcé les deux aventuriers à changer d’appareil à deux reprises. La traversée s’est donc déroulée à bord de trois hydravions différents, se terminant le 17 juin à Rio de Janeiro. Leur accomplissement a constitué une étape importante de l’histoire de l’aéronautique. Sacadura Cabral et Gago Coutinho ont fait preuve de bravoure et de courage et nous ont laissé un héritage historique remarquable en parcourant 9 250 km en hydravion à l’aide, uniquement, d’instruments de navigation internes. Gago Coutinho a inventé le sextant avec horizon artifi ciel, le premier à être utilisé à bord des avions et, plus tard, un conservateur de cap (ou directionnel), qui permettait de calculer graphiquement l’angle entre le Nord et l’axe longitudinal de l’avion (cap), en tenant compte de l’intensité et de la direction du vent. Deux ans plus tard, le 7 avril 1924, le Breguet XVI surnommé Patria (Patrie) décollait avec deux offi ciers de l’aéronautique militaire pour établir les liens aériens avec Macao. Encore de nos jours, le mois d’avril se démarque dès le 1er jour avec la fête des fous, ou la tradition du ‘poisson d’avril’. Qui n’a pas entendu parler du terrible destin du Titanic, coulé le 15 avril 1912, emportant dans les profondeurs des eaux glacées de l’océan Atlantique plus de 1 500 personnes? Saviez-vous que le Brésil a été découvert le 22 avril 1500 par Pedro Alvares Cabral, navigateur portugais, alors qu’il était en chemin vers l’Inde? C’est aussi en avril que l’on fête Saint Georges, patron saint de l’Angleterre et du Portugal, dont le culte date du siècle IV après Jésus-Christ. Georges était un guerrier originaire de la Cappadoce et militaire de l’Empire romain à l’époque de l’empereur Dioclétien. Il s’était converti au christianisme et dénonçait les persécutions des chrétiens dirigées par l’Empereur. Il fut tué en Palestine, le 23 avril 303, torturé et décapité. Le 27 avril 1521, quelques siècles plus tard, le navigateur portugais Fernão de Magalhães mourrait en combat dans les Philippines, après avoir terminé son voyage autour du monde, la première circumnavigation de l’histoire. Au Moyen Âge, un épisode amoureux avec une fi n dramatique a aussi marqué un certain 30 avril. Cette histoire a abouti en une légende dont le protagoniste est un nouveau chrétien nommé Simão Pires. Celui-ci est tombé éperdument amoureux de la fi lle d’un noble qui, mécontent de l’amourette, a envoyé sa fi lle au couvent de Santa Clara (Porto). Brave, Simon ne s’est pas laissé intimider mais, faussement accusé du vol de reliques de l’église de Santa Engrácia (Lisbonne), il a été emprisonné et injustement condamné à mort. Alors que les fl ammes le consommaient, il s’écria que les travaux de construction de la nouvelle église ne se termineraient pas, tant et aussi longtemps que le vrai voleur ne serait pas appréhendé. Les travaux de construction de la nouvelle église de Santa Engrácia sont restés incomplets pendant de longues années, jusqu’à ce que le vrai voleur ait confessé son crime, d’où la légende.Ceci n’est qu’un aperçu des événements, des personnages, des légendes et des traditions que le mois d’avril a immortalisés et inspirées. Même pour les agriculteurs, le mois d’avril ne passe pas inaperçu. Saviez-vous, par exemple, que tous les légumes verts, les melons, les concombres, les citrouilles, les laitues et les câpres, entre autres, doivent être semés ou plantés pendant le croissant de lune? C’est aussi à cette période qu’il faut planter les abricotiers ou les pêchers. Au dernier quartier de lune il faut arroser le blé des terres chaudes et sèches. La croyance populaire veut encore que si l’on entend la foudre pour la première fois au mois d’avril, l’année sera bonne pour la production de vins, l’élevage et le blé, dans les terres où elle a été entendue.

Mais le mois d’avril est bien plus que légendes et traditions. Il s’agit aussi de la période idéale de l’année pour prendre quelques jours de vacances, loin des rigueurs de l’hiver, et découvrir le pays où demeure le printemps… le Portugal. Un pays riche en histoire et reconnu pour ses plages dorées. Pas le temps de planifi er un voyage à l’étranger? Visitez le Portugal ici même, à Montréal! Peu importe votre choix, vous trouverez dans tous les restaurants portugais de Montréal la cordialité et l’accueil chaleureux qui caractérise ce peuple. Vous serez enivré par une cuisine savoureuse, généreuse en poissons, fruits de mer et viandes fraîches dans chaque recette traditionnelle. Accompagnez votre repas d’un bon vin du pays et couronnez le tout d’une délicieuse pâtisserie traditionnelle et d’une liqueur ou d’un Porto, vous serez totalement dépaysé!Avril au Portugal, c’est tout ceci et plus encore!

Texte Raul MesquitaTraduction Marta Raposo

O Rádio HitachiO tempo custava a passar. Qualquer coisa de diferente chamava a nossa atenção. Eu andava desconfi ado com uma encomenda que o meu companheiro Costa Pereira tinha trazido de São Salvador, mas não queria cometer a inconfi dência de lhe perguntar do que se tratava. Teria de ser eu a descobrir.O passar rápido pelas brasas como era seu hábito tornava-se agora mais frequente ao anoitecer, por volta das sete horas. Quem entrasse na caserna por essa hora, veria o meu amigo Costa Pereira estendido na cama, a cabeça bem assente na cabeceira, com os braços por baixo, como que abraçando, eu sei lá, qualquer coisa de muito querido…Talvez sonhasse com alguém que estava lá muito longe…

Naquele fi m de tarde, o Lino que vinha a sair da caserna, cruzou-se comigo e diz-me:-Ó Ribau, o Costa Pereira deve estar com problemas.-Com problemas porquê? Perguntei eu.-Está deitado na cama e a rir-se que nem um perdido…Eu que tinha estado com ele ainda não havia uma hora, e não lhe notando nada de anormal, resolvi ir indagar.

Aproximei-me da cama, não sem alguma preocupação. Ele continuava de olhos fechados, mas já não ria. Chamei devagar:

-Costa Pereira, estás com algum problema?Ele que estava de barriga para baixo, de modo a poder abraçar a cabeceira, e qualquer outra coisa que estava por debaixo da cabeceira, voltou-se abriu os olhos, e diz-me:-Não; Estava só a ouvir o “Folhetim Tide” transmitido pela Rádio Brazaville. É quase igual ao do “Puto”. Por vezes torna-se engraçado… E mostrou-me o rádio, a tal encomenda, que eu andava a tentar saber o que era, qual coscuvilheira para depois ir contar às vizinhas…

Mais uma lembrança de Pangala!Angelo Ribau Teixeira

Delegação Banif em MontrealEsteve recentemente em Montreal tendo convidado os órgãos de informação para um encontro informal, uma delegação do Banif (Banco Internacional do Funchal), um banco internacional português, com sucursais na Europa, Américas e África.Fundado em 1988 com os activos da Caixa Económica do Funchal, abriu, sete anos depois sucursais na Venezuela e na África do Sul e, alguns anos mais tarde, no Brasil e em Malta.Instituição solidamente estabelecida, tem várias vertentes em Investimentos, Finanças, Gestão, Hipotecas, Aquisições a Crédito, Sistemas e Tecnologias de Informação, passando pelo domínio dos Seguros em parceria com o Banco Comercial dos Açores. É portanto um vasto leque de actividades que oferece à sua clientela, espalhada em várias zonas do planeta.O chefe da Delegação, senhor José Faria, deslocou-se até nós numa preocupação de tranquilizar os mercados uma vez que, apesar de grave crise que assola Portugal, os investidores ou depositantes, em qualquer conta bancária mas em especial, como é lógico, no Banif, estão totalmente protegidos de qualquer percalço já que, é garantido pelo país e pela Europa, nenhum banco entrará em falência e além do mais, todos os depósitos estão garantidos até 100 mil euros. (A título de comparação, no Canadá a garantia chega apenas a 60 mil dólares).Todavia, saliente-se, isto serve apenas como informação, já que os nossos bancos são sólidos e garantidos.Entre nós, o Banif tem representação na Caixa de Economia Portuguesa onde os interessados poderão fazer todo o tipo de transacções, do mesmo modo que o poderão fazer em qualquer banco do mercado canadiano.Agradecemos à delegação do Banif a amabilidade do convite.

H. Laranjo

CORREIO PORTUGUÊS O MUNDO EM QUE VIVEMOS MARÇO DE 2012 5Que não é prémio vil ser conhecido, por um pregão do ninho meu paterno (Camões)

O estertor do Acordo Ortográfi coHá alguns dias aqui botei sobre o que me parece óbvio, vivemos o estertor do Acordo Ortográfi co. Vejo agora as declarações de Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura. E elas sublinham a minha sensação, no seu anúncio do propósito governamental de reformar o Acordo até 2015, o que obviamente implica uma desvalorização do seu conteúdo. Para além de levantar o problema internacional: se um dos países o vai refundir o que acontecerá nos processos de estudo e ratifi cação dos outros países? Como fazer a concordância de tudo isto? Isto não é atirar o acordo para as “calendas gregas”, é mesmo algo politicamente irrealizável.

Não há dúvida, o AO enquanto projecto político está exangue. Esta aparente marcha-atrás (“temos três anos para aperfeiçoar …”) diante de um malfadado processo, que já foi ratifi cado em 2010 em Portugal, apenas pode signifi car uma coisa. Ele, Acordo, é uma peça insufi ciente. Melhor dizendo, menosprezível. Está em estertor, convém “desligar a máquina” e cremá-lo. Alguém tenha a coragem de carregar no botão.

Dois pontos de discordância com as declarações de Francisco José Viegas, blogo-confrade que muito prezo: não é verdade que o Acordo seja discutido na última hora, como ele lamenta nesta entrevista, apontando como causa desse facto uma qualquer característica cultural (ista) portuguesa. Desde o início o processo foi severamente criticado. Por especialistas. E por alguns cidadãos atentos. O que não impede, como é evidente, que em determinadas conjunturas a questão surja com mais veemência.

Mas outra questão é muito mais importante, relacionada com o exercício da cidadania, e que em muito ultrapassa a questão ortográfi ca. FJV concede a Graça Moura e a mais alguns o direito de discutirem o AO mas lamenta que aqueles que nada têm a ver com a língua e a escrita o façam. Isto é uma pura concepção tecnocrática do exercício da cidadania (e como tal da política), inesperada no secretário de estado da cultura, e nitidamente apenas um deslize em FJV (o fastio com os argumentos tonitruantes?). Pois se o seguirmos na vida nacional quem poderá falar sobre qualquer assunto público (os transgénicos, a poluição sonora, as touradas, os direitos homossexuais, a política fi nanceira governamental, o plano nacional de educação, a preparação da representação olímpica portuguesa, o apoio ao cinema, etc.). Apenas os especialistas, os profi ssionais? Os técnicos? O cidadão assiste, as “ordens profi ssionais” opinam? Ou, pior ainda, fi ca para a câmara corporativa? Não gostei. A democracia é exactamente o direito de nós, medíocres, opinarmos sobre o que muito mal entendemos.E não gostei, para além desta questão de fundo, por uma outra razão: o acordo ortográfi co é um acordo político, com bases políticas e ideológicas, como muito bem António Guerreiro veio lembrar, e não apenas uma questão técnica (“da língua”). Quem são aqueles que não devem, por insufi ciência pessoal e/ou profi ssional, opinar sobre acordos políticos? Enfi m, tudo isto, se assim entendido, e apenas a propósito da mera grafi a, torna-se um Jarro de Pândora … Ainda que sendo, estou certo, apenas um deslize na comunicação.

Finalmente, regresso ao meu problema. O AO não é sufi ciente e o governo anuncia que vai rever o seu conteúdo até 2015 (quem? como? urge saber). Mas eu tenho em casa uma fi lha no 5º ano, submetida às algemas da nova grafi a. Como aprende? A grafi a antiga (a minha), a actual (insufi ciente e em transição até 2015)? Isto é inaceitável. Não será por isso que se torna iletrada, mas não é uma boa posição estatal.

Até porque isto nos leva de novo a FJV, ao afi rmar que não há sanções para o uso da grafi a, ao afi rmar com óbvia ironia a liberdade ortográfi ca. Mas é uma ironia descabida. Não é verdade, os alunos não têm essa liberdade. E, mais profundamente, ao nível de uma sociologia da cultura, FJV sabe perfeitamente que há sanções sociais para as incorrecções ortográfi cas, sempre as houve. E que estas têm repercussões económicas, laborais, para além das estatutárias. Não há moldura penal mas há punições, intangíveis e tangíveis, para a desarmonia ortográfi ca.

Enfi m, esteve bem FJV ao anunciar, na prática, o fi m do AO. Não tanto no modo como o fez. Mas fi cará na história com a bela e louvável imagem do governante que encerrou este triste episódio, algo apropriado ao homem de cultura que ele é. Bonito momento biográfi co para ele. E por isso mesmo saem daqui as saudações deste seu leitor.

jpt

O Governo, a TAP e as excepções à Lei Imaginem os leitores que são pilotos numa qualquer empresa de aviação, ou mesmo na Força Aérea, e que a respectiva liderança determina que todos os pilotos têm que fazer, por ano, “X” horas de voo para poderem usufruir de um dado número de regalias/direitos. Logo de seguida, por uma razão ou por outra, essa mesma liderança desata a abrir excepções, lançando o caos na argumentação normativa, gerando a injustiça relativa e dando um patético exemplo de incoerência e demagogia, a toda a prova. Mal ou bem comparado, é isto que se está a passar com a introdução de critérios diferentes no regime das empresas públicas face aos sacrifícios exigidos a toda a população, originados na desgovernação que já leva décadas. E apetece arremessar objectos contundentes ao ministro Relvas – um aparente misto de Silva Pereira e Armando Vara, do PSD – quando, com a maior desfaçatez, vem dizer que não há “excepções” mas sim “adaptações” e que, no fi m, vai tudo dar ao mesmo. Mas, se assim é, qual a necessidade das mesmas? E porque já há mais duas empresas a pedir excepções, a NAV e a ANA? Enfi m, vamos saltando de trapalhada politica em trapalhada moral e só há uma conclusão a tirar: não estamos a lidar com gente séria e não se pode confi ar neles um minuto que seja! Foi dado como argumento para a “adaptação” da TAP – fi camos a aguardar a argumentação relativa à CGD e ao Banco de Portugal – a concorrência do mercado e a futura privatização da companhia (que, aliás ninguém quer discutir se deve fazer ou não…). A mim parece-me mais uma falácia para esconder a cobardia miserável e reiterada, com que os sucessivos governos têm encarado as ameaças recorrentes de greves… Os dois principais óbices relativamente à privatização da TAP não têm, também, nada a ver com a argumentação aduzida: eles centram-se no elevadíssimo passivo – coisa de que ninguém fala - e na existência de sindicatos que podem fazer a vida negra aos eventuais compradores. Ora enquanto estes problemas (havia o do desregramento fi nanceiro, que terá frustrado a quase conseguida parceria com a Swissair, mas a que a actual administração tem vindo a pôr em ordem), não forem resolvidos, o governo só consegue vender a TAP pelo valor simbólico de um euro e ainda vai ter que oferecer muitas “caixas de robalos”, para o conseguir (vide o caso BPN). Por outro lado se o governo pensa ganhar tempo com esta atitude, para compor o ramalhete da privatização, desengane-se. Lembro que o sindicato dos pilotos (a que se podem juntar outros), já fez as costumeiras ameaças, caso a privatização não se faça segundo os seus desígnios, baseados num misterioso acordo – que ninguém conhece – feito ao tempo do actual salva vidas Guterres, quando PM… O governo há muito tempo que devia ter fechado a TAP e aberto outra companhia no dia seguinte, e com regras distintas, já se vê. Algo parecido com o ocorrido com a Swissair e a Sabena. Assim não vai lá: está prisioneiro de “chantagens” impossíveis e o País com ele. Sem embargo o caso da TAP está longe de ser o único. Depois tem que alterar as leis do trabalho que estão desequilibradas, transportam ideologia e geram a confl itualidade. Para mudarem isto (e muito mais), têm que fazer uma nova Constituição para o País (já que a actual é a pior, desde a de 1822), que é o principal ferrolho que impede Portugal de voltar a ser.…Portugal. Convém, ainda, regular, rapidamente, o regime de estado de sítio e de emergência, áreas de que esta rapaziada política tem fugido como o demo da Santa Cruz. E neste contexto existe outra lacuna grave – além de ser uma injustiça a que as chefi as militares já deviam ter posto cobro – que é a falta de equivalência das qualifi cações dos controladores aéreos militares, aos civis. Injustiça ciosamente mantida… Portanto se os sindicatos da TAP quiserem fazer greve, deixem-nos fazer. A coisa resolvia-se por si; aumenta o prejuízo? Mas o que é que isso representa no oceano do passivo? Ao fi m de uma semana a opinião pública estaria toda contra eles e as pessoas, hoje em dia, têm muitas outras alternativas para viajarem. Já foi tempo em que a TAP era monopólio… Os próprios trabalhadores da TAP fi cariam divididos já que estou em crer que a maioria deles são pessoas de bem e se sentiriam envergonhados com mais esta situação de “excepção”, face à miséria e desintegração do País. Curiosamente não se ouviu, até agora, qualquer central sindical colocar-se contra esta abdicação governamental, geradora de iniquidade social e política. Já não se consegue encontrar um único político que não troque Princípios por conveniências de momento, não ceda à mais baixa demagogia ou ao apelo da ditadura dos votos e mais uma série de coisas que nós não gostamos de ver nas pessoas que convidamos para a nossa mesa. Há muito, muito tempo, perdi o respeito pela generalidade da classe política. Agora já entrei na fase do nojo. Isto mete nojo.

João J. Brandão Ferreira TCorPilAv.

6 CORREIO PORTUGUÊS LEGENDAS NACIONAIS MARÇO DE 2012

Alfredo Marceneiro

Se fadista houve que, de modo absolutamente incontestável, marcou a história e a evolução do fado, ele foi Alfredo Duarte... marceneiro por profi ssão e Marceneiro de nome artístico. A sua longa carreira abrangeu praticamente todo o século XX e todas as diferentes fases por que o género passou, dos bailes de bairro, cafés de camareiras e retiros, até às casas de fado e edições discográfi cas. E a Marceneiro se devem algumas das mais clássicas e aclamadas composições do género embora ele não fosse compositor nem tivesse educação musical.Alfredo Duarte era realmente marceneiro, ofício que se viu forçado a aprender aos 14 anos após a morte do pai. Marceneiro nascera em Lisboa em 1892, fi lho de um sapateiro, tinha um certo gosto pela representação e teria gostado de aprender música, gosto que herdara da mãe. A sua voz fora já notada em algumas cegadas carnavalescas, típicas do início do século XX, em que participara. Mas era preciso sustentar a família e Marceneiro começou por ser aprendiz de encadernador, por acaso na ofi cina onde também trabalhava um dos primeiros fadistas de renome, Júlio Janota. A opção pela marcenaria surgiu mais tarde, quando compreendeu que a encadernação não lhe deixava o tempo desejado para participar nas cegadas e bailes onde podia dar livre curso à sua paixão pela música e pelo fado.Nesse tempo os bailes abriam-se a todos aqueles que tivessem habilidade e gosto para cantar e a voz de Marceneiro começou aí a destacar-se, embora ele próprio não considerasse ter uma grande voz. Ao contrário dos fadistas de carreira, que se podiam dar ao luxo de encomendar letras especifi camente para o seu repertório, estes amadores interpretavam versos que eram publicadas nas muitas revistas de fado existentes, dirigidas por nomes célebres como o cantor Carlos Harrington ou o letrista Linhares Barbosa.

Conhecido inicialmente por Alfredo Lulu pelo cuidado que colocava na sua aparência (cantava de laço em vez da tradicional gravata, que só muitos anos depois substituiria pelo lenço de seda que se tornaria na sua marca registada), só na década de vinte o fadista passaria a ser conhecido artisticamente como Marceneiro, numa altura em que a sua reputação já era assinalável no meio. Não se limitava aos bailes ou desgarradas; era também presença assídua dos célebres “cafés de camareiras” que, aliás, recordaria anos mais tarde numa das suas melhores criações, e numa das primeiras casas de fado, o Catorze do Rato, onde foi notado pelo poeta popular Manuel Soares, que lhe escreveu as suas primeiras letras.

É em 1924 que recebe o seu primeiro contrato profi ssional, actuando no Chiado Terrasse. Até aí cantava para pagar o jantar, refl ectindo a tradição fadista que levava os cantadores a actuar apenas uma ou duas noites por semana para não privarem os colegas de trabalho, e a interpretarem apenas o seu próprio repertório. Quase todos os cantadores tinham empregos diurnos para ganharem o seu sustento, pois não existia direitos de autor e um fadista não podia viver apenas do dinheiro ganho nas noites de actuação. Era uma época de verdadeiro amadorismo, em que os fadistas cantavam por gosto sem pensar na aclamação do público ou no cachet que receberiam no fi m; é, aliás, desta época que datam as desgarradas e cantares ao desafi o, nascidos das “guerras” amigáveis entre cantadores que defi niam as suas qualidades e reputação. Só com a implantação das casas típicas de fado o panorama se começou a alterar e Marceneiro foi um dos que mais se popularizou graças a elas, chegando inclusive a ser convidado para cantar em revistas teatrais, onde se estreou em 1930.

O estilo Marceneiro impunha-se aos poucos. Contornava os limites da sua voz fazendo aquilo que fi cou conhecido como “estilar”, pequenas improvisações vocais que desenvolviam a melodia e refl ectiam o “estilo” pessoal do cantador. Foi o primeiro a cantar de pé, colocando-se atrás dos guitarristas, para que o público tivesse a noção de quem era o artista, com uma postura castiça, quase de actor. E, numa recordação dos cafés de camareiras, impunha cantar na obscuridade, apenas à luz de velas.Verdadeiro purista do género, impôs um estilo de interpretação que realçava a

letra sobre a melodia e implicava acompanhamentos discretos; nada de fl oreados dos guitarristas nem improvisos melódicos. Para Marceneiro, o fado era uma canção de texto com uma história que se contava ao ouvinte. Nunca seguiu as inovações dos fados musicados ou fados-canção, respeitando a pureza do fado tradicional sem refrão. Muitos dos improvisos estilísticos que criou seriam registados como melodias de sua autoria; outras composições que escrevia de ouvido fi cariam célebres. Entre elas destacam-se Olhos Fatais, Senhora do Monte, Lembro-me de Ti, ou as incontornáveis Há Festa na Mouraria e A Casa da Mariquinhas.

O seu primeiro disco foi gravado em 1929 mas, apesar de ser contemporâneo da popularidade da gravação discográfi ca, Marceneiro gravou pouco, embora o pouco que tenha gravado seja ainda hoje um marco na história da música portuguesa - fi cou célebre o seu álbum The Fabulous Marceneiro de 1960, onde muitos dos seus grandes clássicos estavam reunidos. Mas o fadista achava que a divulgação que o disco trazia ao fado lhe era nefasta e, sobretudo, não gostava de estar em estúdio! Precisava da presença e do calor do público à sua frente, necessitava de um ambiente nocturno e semi-obscuro para o seu talento desabrochar. Ora, os estúdios de gravação funcionavam de dia e a luz natural incomodava-o, ao ponto de apenas conseguir gravar de olhos vendados ou com as janelas cobertas com espessos panos pretos, para não deixar passar a luz do sol... Era na noite lisboeta e nas casas de fado que se sentia em casa. Nunca fez digressões ao estrangeiro e raras vezes cantou fora de Lisboa; e nunca abandonou o seu emprego de marceneiro, do qual se reformou em 1959.

Mas da carreira artística nunca se reformaria realmente: em 1963 foi-lhe feita uma festa simultaneamente de homenagem e despedida no Teatro São Luiz que pretendia marcar ofi cialmente o seu abandono da actividade artística. Marceneiro tinha então 71 anos mas continuaria por mais vinte anos a percorrer a noite lisboeta, saindo até altas horas da madrugada!O seu feitio também fi cou lendário; com o boné e lenço ao pescoço, Marceneiro não era pessoa de dizer mal dos colegas (apadrinhou, inclusive, muitos deles, ajudando Hermínia Silva e Amália Rodrigues, desgarrando regularmente com Fernanda Maria e Fernando Farinha), mas quando alguém se metia com ele não se privava de “mimosear” o “agressor” com uns quantos vitupérios bem colocados. Os guitarristas que não se enquadravam na sua maneira de ver o fado eram particularmente visados, e são muitos os casos recordados, por aqueles que privavam com Marceneiro, nomeadamente pequenas querelas com virtuosos. Em 1980 retirou-se ofi cialmente dos palcos ao receber a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa por iniciativa da Câmara Municipal. Faleceu com 91 anos de idade, a 26 de Junho de 1982.O seu fi lho Alfredo Duarte Jr. fez também carreira como fadista, embora sem atingir a popularidade e importância do pai, e o neto Vítor Duarte tem trabalhado para manter viva a memória do avô, nomeadamente através da edição do livro biográfi co «Recordar Marceneiro».

PdF

7CORREIO PORTUGUÊS REDESCOBRINDO O CANADÁ MARÇO DE 2012

Estendendo-se sobre uma centena de quilómetros ao longo do majestoso rioS. Lourenço por entre altos picos montanhosos, a região de Charlevoix é conhecida pela beleza e o carácter excepcional das suas paisagens e panoramas.

Território de ar puro e de grandes espaços, a região de Charlevoix estende-se da Petite-Rivière-St.François até à Baía de Santa Catarina na embocadura do Saguenay. Com cerca de 6 000 quilómetros quadrados divide-se em seis sectores geográfi cos: Baie-Saint-Paul e seus arredores, caracteriza-se pela arte e cultura; a Rota do Rio é um dos mais belos traçados panorâmicos na América do Norte; a Isle-aux-Coudres reconhecida pela sua hospitalidade e seu rico património marítimo; La Malbaie e seus arredores, berço da vilegiatura no Canada; L’Arrière-pays charlevoisien, dominada pelos altos montes dos Laurentides e l’Estuaire, onde se banham baleias e outros mamíferos marítimos. Aqui e ali, no interior das suas encantadoras vilórias, se encontram produtos turísticos de alto nível e uma rede de estabelecimentos de acomodações, com mais de dois séculos de tradição da boa maneira de receber.

Em 1989 a UNESCO atribuiu à região de Charlevoix o estatuto de reserva mundial da biosfera.Inverno ou Verão deixe-se sucumbir pelos atractivos irresistíveis da região. Quer seja adepto do esqui de montanha ou de fundo, de actividades ao ar livre, de aventura ou ainda de arte e cultura, Charlevoix é uma destinação incontornável para uma deslocação em família.

Para os amantes de esqui o Massif da Petite-Rivière-Saint-François com as suas 36 pistas com vistas panorâmicas sobre o S. Lourenço, tem o maior desnivelamento a Este das Rochosas canadianas, com 770 m. Ou então, poderão também praticar o seu desporto preferido na estação do Mont Grand-Fonds, com 14 pistas e um desnivelamento de 335 m.

O Casino e o hotel Le Manoir Richelieu são outros pontos de visita ou estada que certamente saberão apreciar.Fonte de inspiração inesgotável, a região constitui um verdadeiro paraíso para pintores e artistas. Os amadores de arte e de cultura não deixarão de se maravilhar com toda a riqueza que Charlevoix oferece aos seus visitantes, compreendendo muitos sítios atractivos que são testemunhas da paixão e do gosto pela história das suas gentes.

Encantadores albergues, hotéis de renome, mesas preparadas por grandes chefes gastronómicos, são garantia duma destinação hospitaleira e acolhedora.

Com o S. Lourenço, seus lagos e rios afl uentes, as suas montanhas e fl orestas, surpreendentes paisagens e panoramas, trilhos cuidadosamente mantidos todo o ano e variados circuitos regionais, Charlevoix é uma região de excepção para a prática de actividades ligadas à Natureza e ao ar livre. Reserva mundial da biosfera, a região constitui um gigantesco terreno de jogo de nível internacional. A si de aproveitar.

Tradução adaptada por RM

Charlevoix — 200 Anos de tradiçõesCharlevoix — 200 Anos de tradições

8 CORREIO PORTUGUÊS ENTRE NÓS MARÇO DE 2012

A Apanha do EstrumeAquela emboscada nocturna foi mais longe do que o habitual. Largados das viaturas, tivemos de andar quilómetros a pé até ao local pré defi nido. Felizmente que durante a noite nada de anormal se passou, e de manhã regressámos ao local acordado com as viaturas, andando mais quilómetros, pois não poderíamos regressar pelo caminho de ida. Era perigoso.Chegados ao acampamento, tomámos o café, e o nosso pelotão estava livre!

Eu, cansado, estendi-me sobre a cama, adormeci e creio que sonhei…

O tempo estava na verdade melhor no dia seguinte, e, manhã cedo, lá fomos nós, o pai de gadanha e engaço ao ombro e o Toino com as duas varas, em direcção à bateira.

O dia não era de chuva, mas a manhã estava fria. Notou-se logo ao meter os pés na lama para alcançar a bateira. Soltada esta do moirão aí vamos nós para Esteiro do Oudinot. Salto para a margem com a cirga na mão, estico-a ponho-a ao ombro, e vá de puxar a bateira. São dois quilómetros de extensão, contra a maré. Chegado ao fi m é recolhida a cirga, entro para a bateira, pegamos nas varas e vá de atravessar a cale, sempre com muita atenção, não vá aparecer algum navio, que nos atrapalhe a manobra. Chegados ao fundão, vá de “paijar” com as varas como se fossem remos, dado que a cale era muito funda e as varas não atingiam o fundo.

Passámos sem problemas e da outra banda voltámos na empurrar a bateira com as varas, até que chegamos à marinha, amarrámos a bateira e toca de começar a trabalhar. O pai do Toino a gadanhar o estrume e o Toino sempre com o olho à viva, (não fosse aparecer outra cobra) ia-o juntando e enfeixando na corda. Quando o molho estava com a quantidade sufi ciente era amarrado. O pai puxava a corda de um lado e o Toino do outro, apertavam-no, davam um nó, o pai ajudava a pô-lo na cabeça do Toino, e aí vai ele correndo com o molho de estrume à cabeça, sempre a pensar nalguma cobra…Este serviço repetia-se vezes sem conta, até que a bateira estivesse carregada.

Depois era o regresso pelo Esteiro do Oudinot, o carro dos bois à espera, o descarregar da bateira…Este serviço era executado dias sem conta, sempre que o tempo o permitisse, até que houvesse estrume sufi ciente, para as camas do gado durante o Inverno, que aí vinha.

O tempo ia piorando. O vento e as chuvas anunciavam o tempo que aí vinha, a chegada do Inverno. Já havia dias de chuva, que permitiam ao Toino ler uns bons pedaços do livro que andava a ler, até ser “acordado” do sonho que a leitura lhe provocava, por ordens do pai que dada a ordem, continuava na sua leitura:- Oh Toino vai dar uma gabela de palha aos bois, ou; -Dá uma gabela de erva à vaca.O Toino deixava a leitura, e ia confi rmar a ordem junto do pai, não que não tivesse ouvido bem, mas para confi rmar qual o livro que o pai estava a ler. Punha o olho de lado, e lá ia cumprir a ordem. De regresso, ainda se atreveu:- Olha lá oh pai, quantas vezes já leste esse livro? (era o Mártir do Golgota) …- Não sei, mas gosto muito dele. Tem aqui uma personagem que me faz pensar: e continuou; era o cantor da Galileia, que ia fazer serenatas à Madalena a pecadora. Chamava-se Boanerges. Se um dia tiver um neto gostava que lhe dessem esse nome…

E lá continuavam, cada um com a sua leitura, até que da casa do forno se ouviu a vós da mãe:- Eh pessoal. Vamos à janta que o comer está na mesa…

Acordei com o ruído do pessoal da Companhia que se dirigia para o almoço, levantei-me e fi z o mesmo.

Ângelo Ribau CCE 306Angola 62/64

15 de Março de 196115 de Março de 1961

Os Combatentes não esquecemQue a Memória não esqueça

Foi numa manhã nebulosa com o cacimbo concentrado nos cafezais, que hordas de facínoras começaram os bárbaros ataques aos fazendeiros indefesos, no Norte de Angola, a 15 de Março de 1961, matando à catanada, violando mulheres e crianças ou tru-cidando outros no meio da maior carnifi cina que as terras generosas de África jamais tinham visto.Sanguinários e não revoltosos— como alguns falsos humanistas pretendem identifi cá-los—,chacinaram pela soca-pa, abusando da confi ança e tranquila postura dos que lhes davam o ganha-pão, despedaçando os corpos com requintes de malvadez indescritíveis. Outros, foram retalhados, vivos, nas serrações, nas mesmas serras onde eram cortados os enormes troncos das árvores das matas.Cerca de dois mil portugueses, brancos, negros e mestiços, sofreram na pele a selvajaria dos atacantes e o melhor que lhes terá acontecido foi a morte.Com a chegada das tropas a situação fi cou sob controlo, apesar dos rudes combates que se estabeleceram e fi zeram milhares de vítimas. Durante longos e mortíferos 13 anos.Honra às nossas Forças Armadas.

Encorajamento de um governanteEsteve em breve passagem entre nós o senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Cesário, que se fazia acompanhar pela senhora Maria João Ávila, actual deputada do circulo fora da Europa e da senhora Carolina Almeida, assessora do Secretário de Estado, residente no Brasil.Inscrita num percurso norte-americano a visita do Secretário de Estado — que esteve dois dias em Montreal — facto raro, deve-se ao desejo de querer contactar com o máximo de pessoas, anónimas ou representantes dos órgãos de informação e das colectividades, transmitindo-lhes uma mensagem de encorajamento e de esperança.Durante a sua permanência pôde contar com assinalável assistência nas 3 reuniões que realizou e onde fez uma resenha das difi culdades que Portugal atravessa, assim como das reformas que se estão realizando e que pretendem estabelecer o equilíbrio das Finanças públicas e consequentemente, o “renascimento” do país.Foi a primeira vez, nestes últimos 40 anos, que um membro do governo português se deslocou até nós para um encontro desta natureza e duração. E que fosse só por isso, era já credor da nossa simpatia e gratidão. Mas o Dr. Cesário fez mais. Propôs às assembleias um diálogo franco e honesto, ouvindo críticas e desejos, aos quais respondeu com clareza e elegância, garantindo e reafi rmando a sua confi ança no empenho dos dirigentes governamentais.Deixou um pedido. O de falarmos positivamente de Portugal aos nossos vizinhos, amigos ou conhecidos de outras nacionalidades, encorajando-os a visitar o nosso país. A apreciar o acolhimento da nossa gente, a beleza e as excelentes temperaturas portuguesas, a nossa arte, os nossos vinhos e a nossa gastronomia. Os nossos museus e monumentos históricos. Um exemplo que nos guiou e originou a fundação deste jornal. É um dos nossos principais critérios. Valorizar Portugal junto da sociedade de acolho e de vivência.Em Laval, após o curto período de questões, passou-se a um informal convívio em alegre “bate-papo” entre visitantes e residentes, para o que bastante contribuiu o excelente bufete preparado pela associação local com o apoio do pároco. Ao agradecermos o convite, deixamos a certeza de termos ouvido o apelo.

Raul Mesquita

9son goût authentique en y ajoutant olives et piments.» Selon Helena, il faut être perspicace et s’adapter au changement pour évoluer avec les tendances et se maintenir ‘au top’. «La cuisine portugaise est à la mode, et comme toute tendance, elle évolue. Il ne faut pas avoir peur d’innover et d’être créatif».

Pas étonnant que derrière un tel dévouement se cache une très bonne fourchette? «Le plus grand plaisir de la vie est de bien manger et de bien boire.» nous avoue-t-elle. Helena affi rme apprécier les vins français, dont les Bordeaux, mais elle reste fi dèle aux vins portugais dans son restaurant. Elle a d’ailleurs été invitée à créer son propre vin : «Portus Calle est un vin du Douro, d’importation privée, fait par moi-même et un œnologue.» Également amatrice des vins de l’Alentejo, elle pense déjà à créer son propre vin de la région. Pour le moment, on peut retrouver Portus Calle, son vin, dans son restaurant de même nom.

En novembre 2011, Helena voit un autre de ses rêves se réaliser. Elle fait le lancement de son premier livre de recettes ‘Helena, 100 recettes portugaises’. Les recettes sont courtes et refl ètent sa cuisine : une cuisine simple dans la technique, avec des ingrédients traditionnels qui font ressortir le goût authentique que l’on retrouve au Portugal. Pour Helena, la simplicité est la clé qui permettra à la cuisine portugaise de faire sa place parmi les habitudes culinaires des québécois «Je voulais offrir un recueil de recettes typiquement portugaises de confection simple, pouvant être appliquées par toute personne dans son quotidien. Nos produits sont frais, simples et très accessibles : poisson, saucisse portugaise, piri-piri, huile d’olive, etc. et le vin portugais, qui est très apprécié, aura aussi sa place à table.»

Cette chef de cuisine semble avoir fait ses preuves et avoir conquis les papilles et les cœurs des québécois. Mais une entrepreneure ne s’arrête pas. Dans les prochaines semaines, le downtown de Montréal comptera sur un nouvel espace: Helena, son deuxième projet d’envergure, un restaurant-bistro au cœur du centre-ville «Le jour où j’ai visité l’endroit, je me suis sentie comme à Lisbonne. L’architecture et l’ambiance de la rue McGill m’ont fait sentir la nostalgie de mon pays. Les murs en brique, les plafonds très hauts… le coup de foudre!» À ce rythme, nous soupçonnons que Chef Helena nous réserve encore

des surprises, mais elle reste discrète quant à ses projets à long terme. Peut-être un deuxième livre de recettes, cette fois consacré aux plats de poisson et, qui sait, une expansion outre-mer, mais rien ne semble être coulé sur le béton…

J’ai le ventre qui gar-gouille! Pas vous? Au Portus Calle ou chez H e l e n a , donnons-nous rendez-vous autour d’une table bien garnie, invitant à la convivialité et au partage. Helena nous laisse sa suggestion de la semaine: Une tradi-tionnelle et copieuse cal-deirada. Et pour tuer la soif? «Un Portus Calle rouge» à s’en lécher les babines!

Marta Raposo

À table avec Helena LoureiroHelena Loureiro a dé-couvert sa passion pour la cuisine à un très jeune âge, avec sa grand-mère, sa mère et ses tantes, dans son petit village, au Portugal. Elle est arrivée au Québec en 1988 avec une solide formation en cuisine de l’Institut d’hôtellerie de Lisbonne. Elle sort diplômée de l’ITHQ en 1990, riche de connaissances la cuisine de chez nous, miais les chiens ne font pas des chats et Helena a tout de même choisi d’exploiter la gastronomie portugaise dans son nouveau pays: «Je ne saurais vendre la salade d’autrui! » dit-elle, «j’aurais la sensation de me trahir». C’est donc dans ses origines qu’Helena a trouvé son créneau et le Québec l’en remercie! Aujourd’hui, Helena est une Chef de cuisine de grande no-toriété, partageant avec le Québec le goût original des meilleures recettes traditionnelles portugaises. Le Courrier portugais s’est entretenu avec cette femme de succès, curieux de son parcours, ses défi s et ses projets.

C’est dans la cuisine qu’Helena trouve son bonheur et se réalise. Comment expliquer son succès? «Je suis exigeante et j’ai un fort caractère, mais je suis aussi très généreuse et je suis persuadée que cet aspect à facilité ma réussite.» Volonté, persévérance et travail sont néamoins les mots clés qui expliquent son succès professionnel nous confesse-t-elle, en poursuivant: «Il n’y a pas de secret dans les affaires. À la base, il faut croire en soi-même, en nos produits et en notre culture. Il faut chercher à évoluer et, surtout, ne pas avoir peur d’investir. Il est primordial d’offrir de la qualité. Les gens sont prêts à payer pour de la qualité».

Après avoir étoffé son expérience en travaillant pour différents restaurants portugais à Montréal, c’est en 2003 qu’Helena ouvre son tout premier restaurant, sur le boulevard St-Laurent : Portus Calle. Il s’agit aujourd’hui d’une référence de la gastronomie portugaise à Montréal, qui se démarque par la qualité, le raffi nement des plats traditionnels et l’ambiance de convivialité. «Je préconise l’ambiance de convivialité et le partage à table, invitant le client à voyager à travers une diversité de saveurs typiques de chez nous. J’encourage les entrées mixtes à partager au lieu de l’entrée individuelle pour créer l’esprit de fête au tour de la table. Je prends soin de bien transmettre ces valeurs à mon équipe; à chaque jour nous prenons 5 minutes pour établir les objectifs de la journée, les produits à mettre de l’avant, et surtout comment aborder les clients pour les satisfaire tout en les surprenant.»

Dans sa cuisine, Helena est fi dèle à ses origines et elle utilise les produits portugais : l’huile d’olive, le laurier et le piri-piri, entre autres. Elle marque la différence dans l’apprêtement de ces plats. «J’aime innover tout en gardant la simplicité dans les ingrédients, confection et techniques.» Mais qu’entend-elle par ‘innover’? «Il s’agit de transformer une sardine, par exemple, en lui retirant tête et arêtes pour l’apprêter dans un pâté ou en fi let. Ensuite, faire ressortir

Restaurante Portus Calle4281 boul. St-Laurent

Montréal-514-849-2070

CORREIO PORTUGUÊS ENTRE NÓS MARÇO DE 2012

Dit le Portugais le premier Messager en Nouvelle-FrancePedro da Silva

CORREIOPORTUGUÊS PORTUGAIS

LE COURRIERPPPPedro da Silva

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Tél. 514-849-0550Gracieuseté de nos annonceurs et distribué le dernier jeudi de chaque mois

10 LE COURRIER PORTUGAIS TERRES DU PORTUGAL MARS 2012

Tomar, Capitale des TempliersUne ville sublime d’Histoire et d’Art couronnée par le Château altier des Templiers et par le fameux Couvent du Christ dont l’Ordre et les idéaux inspirèrent l’Epopée des Découvertes Portugaises

Contemplant des siècles et des siècles de prestige et de splendeur, la calme rivière Nabao avec ses ravissants jardins, ses ponts et ses roues à aube d’autrefois, de pair avec les maisons blanches quadrillées par des rues étroites que parfument les roses et les fuchsias et qu’animent parfois les cortèges imposants de la Fête des Tabuleiros. Un peu plus loin se trouve le lac jeune et plein d’attraits du barrage de Castelo de Bode avec ses Iles, ses coins de rêve et ses tentations.

Plus de huit siècles d’Histoire et de nombreux trésors artistiques peuvent s’admirer derrière la porte de Santiago et dans le Château des Templiers. On peut y admirer de près les murailles érigées en 1160 par Gualdim Pais, le premier Grand Maitre de l’Ordre du Temple, la vieille forteresse le donjon, la salle du Chapitre, inachevée, la façade du Palais de l’Infant et l’Oratoire en rotonde des Templiers - tour et temple octogonal de plan byzantin et réplique du Saint Sépulcre, avec son maitre-autel central magnifi quement décoré, véritable symbole de l’Ordre des Chevaliers du Ordre du Christ. Celui-ci eut en la personne d’Henri le Navigateur son plus fameux Frère - Grand Maitre et Fondateur du Palais qui relia la forteresse à l’Oratoire. Avec le roi D. Manuel I, à l’apogée de l’Ere des Découvertes Portugaises, nait la nef splendide du Chœur et s’ouvre le portique de l’intronisation de la Vierge, merveilleuse entrée due a Joao de Castilho. Ensuite apparurent les spectaculaires sculptures manuélines dont le joyau suprême est la Fenêtre du Chapitre. C’est encore D. Joao III qui érigea la majeure partie du couvent et avec une suprême beauté dans le Cloitre Principal, ce qui fi t du Couvent du Christ le plus grand et le plus précieux monument Renaissance du Portugal, que l’UNESCO a classé d’intérêt mondial. Dans la ville, l’art et le bon gout sont partout, dans les rues fl euries, dans les jardins charmants comme le Parc de Mouchão et la Forêt Nationale des Sept Monts, sur les places enchantées, dans les maisons nobles, dans les aqueducs monumentaux, dans les gracieuses chapelles comme celles de Santa Iria, S. Gregório, Nª Sª da Conceição, Nª Sª da da Piedade ou dans les splendides églises comme celles de S. João Baptista, sur la Place de la Republique, où, sur la façade on peut admirer le gothique fl amboyant et les merveilles du manuélin et, a l’intérieur, les magnifi ques peintures dans les triptyques et dans les collections de panneaux du maitre Gregorio Lopes (du XVIème siècle). L’église de Santa Maria do Olival, temple gothique de signifi cation profonde pour les chevaliers du Temple qui en fi rent le panthéon de leurs Frères-Maitres et pour le Portugal qui la choisit, au temps des Découvertes, comme Eglise Mère de toutes les églises d’Afrique, d’Asie et d’Amérique. Il vaut la peine de regarder le statu d’Henri le Navigateur, a l’entrée des hautes frondaisons du Parc National des Sete Montes et de rappeler qu’il fut, avec l’Ordre du Christ, avec ses idéaux de fraternité humaine inspirés du culte du Saint Esprit, le guide du peuple portugais dans la Gloire des Découvertes, à partir de ce Couvent magnifi que.

Dans la Synagogue, dans le musée luso-hébraïque, le Musée Municipal, le Musée des Allumettes, on évoque d’autres cultes et d’autres arts. Considérée comme la mère de toutes les fêtes du Divin Esprit Saint célébrées aux Acores, au Brésil et en Amérique du Nord, et l’une des fêtes les plus fameuses du Portugal, la fête des Tabuleiros est une majestueuse action de grâces à l’abondance du pain qui est évoquée en une inoubliable procession de porteuses, d’offrandes qui défi lent, vêtues de blanc, avec sur la tête de beaux plateaux garnis de pain, avec des fl eurs de papier.

ICEP

Fenêtre du Chapitre. Couvent du Christ

Église de S. João Baptista. Tableau de Gregório Lopes

Fête des Tabuleiros. Procession.

11CORREIO PORTUGUÊS AO CORRER DA PENA MARÇO DE 2012

Investigadora portuguesa ganha prémio em InglaterraA investigadora portuguesa Renata Gomes recebeu este mês o prémio de prata, na categoria de Biologia, atribuído pelo Parlamento britânico aos melhores projectos de investigação realizados em Inglaterra.

“Criámos uma nanopartícula que trabalha na regeneração de tecidos e órgãos, neste caso o coração, após doença ou acidente”, explicou ao CM Renata Gomes, de 26 anos, natural de Barcelos.

O prémio SET for Britain é organizado pelo Parlamento e pretende dar a conhecer aos deputados o que melhor se faz nas áreas de Biologia, Engenharia e Física. Co-fi nanciado pela Universidade de Coimbra, o trabalho de Renata Gomes foi escolhido por um júri de especialistas o 2º melhor entre 60 fi nalistas. David Cameron, primeiro--ministro britânico, esteve presente no evento.

COMUNICADOSessão de informação sobre serviços consulares

O Consulado – Geral de Portugal em Montreal apresenta os seus cumprimentos à Comunidade Portuguesa residente na sua área de jurisdição e informa que no ano de 2012 vai promover várias sessões de esclarecimento sobre serviços consulares, com os seguintes temas:

O que é um Consulado;• Tipo de actos e documentos que podem ser tratados no Consulado • Geral de Portugal em Montreal;Dois actos essenciais aos cidadãos portugueses:•

Actualização de estado civil (casamento, divórcio e registo de (i) óbito);Cartão de Cidadão;(ii)

Período de perguntas sobre qualquer assunto relacionado com serviço • consular.

A primeira sessão terá lugar, quarta-feira, 4 de Abril, pelas 19h00 na Associação Portuguesa de Sainte-Thérèse (103B, rue Turgeon, Sainte-Thérèse).Outras sessões serão oportunamente comunicadas assim que agendadas.

Estas sessões de informação inserem-se na iniciativa “Consulado Aberto”, instituída por este Consulado Geral, cujo objectivo é aproximar os serviços consulares da comunidade que serve, mantendo-a informada sobre os vários actos consulares e outros processos de especial interesse para os portugueses residentes no estrangeiro.

Montreal, 15 de Março de 2012

Consulado-Geral de Portugal em Montreal

Ao som de Quim BarreirosCom o seu estilo bastante particular mas sempre bem aceite por uma faixa considerável do público portu-guês, esteve em espectáculo no subsolo da Igreja Enfant Jesus a meio deste mês, o inimitável Quim Barreiros, acompanhado não só pela sua concertina e acordeão como, igualmente, pelos elementos habituais do seu conjunto musical.

A festa começou com variada música de dança e a actuação de Eddy Dousa, que se encarregaram de “aquecer” a sala até à entrada em cena do principal actor. Houve uma passagem de alguém dos EUA cujo nome não retive e que, tal como foi anunciado, terá sido uma surpresa para o Eddy Silva, o incansável organizador, — juntamente com Tavares Bello, — deste tipo de eventos em Montreal.

E o público não se fez rogado, correspondendo a todos os acordes musicais e lá foi dando passinhos de dança alegremente e em profusão. Há pares que são uma constante presença nas pistas. Mesmo quando por vezes serão menos convenientes. Mas aparentemente que tudo faz parte destas andanças. O principal produtor, de Toronto, anunciou a provável vinda a Montreal de outros elementos musicais, — fi guras de glórias já um tanto passadas mas que mantêm o favor popular—, nos próximos meses destinados a grandes salas, para o que solicita e confi a na participação da chamada comunidade portuguesa como apoio indispensável.

O serão foi agradável e apesar das múltiplas festas em curso na mesma noite, os espaços foram todos ocupados o que deixa entender, terem sido atingidas as expectativas dos organizadores. E ainda bem.

RM

O romantismo tem voz: ToyQuando se pensa em cantores românticos contemporâneos, o nome de Toy aparece entre os primeiros duma lista não muito longa.Nascido sob o signo do Aquário, Fevereiro de 63, Toy está neste tipo de canção como o peixe dentro de água.Descobriu a sua predilecção ainda muito jovem, com apenas 5 anos, aquando uma festa realizada numa colectividade setubalense, na sua cidade natal e desde então, tendo encontrado o rumo que desejava seguir, desenvolveu uma actividade paralela num grupo de teatro local.Passou depois 8 anos na Alemanha, onde produziu artistas e trabalhos próprios e, regressado a Portugal, editou a partir de 1984 dezenas de discos e participou em diversos festivais e programas televisivos com assinalável êxito.Convidado para director musical de um programa na TVI em 2000, assinou a direcção musical da novela “Olhos de Água” na mesma emissora. Seguiram-se novas gravações, novos suportes — CD e DVD — interpretando novos êxitos em diferentes línguas (espanhol, francês, alemão e inglês) e, continuando a expandir a sua já muito considerável discografi a, surgiu quase inesperadamente num dueto com Simone de Oliveira.Pelo meio de toda esta actividade musical, devem salientar-se as as suas actuações em muitas cidades estrangeiras, como Montreal, onde é a segunda vez em tantos outros anos, que fi gura como cabeça de cartaz no tradicional e muito apreciado Avril au Portugal, do Restaurante Solmar.

Raul Mesquita

Desjardins Desjardins Caixa PortuguesaCaixa Portuguesa

Assembleia-geral anualA sua participação, caro membro, é importante.Encontrará na página P3 do caderno publicitário, todas as indicações para poder gratifi car-nos com a sua presença.Esperamos por si.

12 LE COURRIER PORTUGAIS VOTRE SANTÉ + MARS 2012

Comment soigner une personne qui a été atteinte par la foudreSi une personne est frappée par un éclair, il y a des chances qu’elle s’en sorte avec quelques brulures légères et quelques effets indésirables causés par le choque électrique.

Toutefois, il y a aussi de grandes chances que la foudre lui infl ige de graves brûlures, en enfl ammant ses vêtements, par exemple, et en faisant fondre tout objet métallique qu’elle puisse porter sur elle (comme des bijoux). La foudre peut aussi causer des spasmes musculaires importants pouvant provoquer des fractures graves et, si elle atteint la personne à la tête ou si elle la transperce jusqu’au sol, la foudre peut être mortelle.

Soins

Si vous voyez qu’une personne vient d’être frappée par la foudre et que ces vêtements ont pris en feu, forcez-la à se coucher par terre immédiatement afi n de garder les fl ammes le plus loin possible du visage. En restant debout, la personne diminue ses chances de survie aux brûlures et manquera d’air plus rapidement. Essayez d’éteindre les fl ammes avec de l’eau ou avec un tissu épais (une couverture, une serviette, un gros manteau...). Si la victime perd connaissance, placez-la en position latérale de sécurité.

Pour soigner ses brulures, en attendant d’autres secours, nettoyez-les avec de l’eau froide, pour les refroidir, appliquez-leur ensuite des compresses ou un bout de tissu aussi propre que possible et attachez le tout avec un autre bout de tissu propre (corde, fi celle, cravate par exemple).

Appelez ensuite les services d’urgence, couvrez bien la victime et aidez-la à maintenir le calme jusqu’à l’arrivée de l’ambulance.

Précautions

Malgré les faibles probabilités que vous soyez atteint par la foudre lors d’une tempête, il est important de connaitre les précautions à prendre si jamais la malchance devait vous frapper…

* Ne vous abritez pas sous les arbres, spécialement s’ils sont hauts et isolés, car les éclairs ont tendance à atteindre les points les plus hauts d’une aire.

* Éloignez-vous des élévations de terrain, des clôtures ou des structures métalliques. Si vous êtes surpris par le tonnerre dans une aire désertée ou non protégée, couchez-vous par terre.

* Si vous vous trouvez près d’un objet plutôt longiligne, qui puisse attirer l’éclair, assoyez-vous sur quelque chose de bien sec, les pieds sur un matériel isolant ou soulevés du sol. Rapprochez les genoux à la poitrine avec les deux bras et ne touchez pas le sol avec les mains. Baissez la tête.

* Si vous conduisez, restez dans la voiture. Il s’agit d’un des endroits les plus sécuritaires pour vous garder à l’abri, grâce aux pneus qui vous maintiennent isolée su sol. Évitez de prendre votre bicyclette ou votre moto sous la tempête.

* Cherchez à vous abriter dans de grands édifi ces. Évitez les greniers et les pavillons ou les cabanes isolées. Si vous êtes à la maison, éteignez votre télévision et débranchez-la de la prise électrique aussi. Vaut mieux prévenir!

Des sirops contre la toux jugés dangereuxPar la plume de Marie-Pier Duplessis est un article publié récemment par le Soleil et qui suscitera sans aucun doute l’intérêt du grand public, le voici en intégralité.

Deux coroners ayant enquêté sur la mort de deux personnes âgées remettent en question la vente libre de la plupart des sirops contre la toux.

Le Dr Pierre Guilmette et Me Andrée Kronström s’inquiètent en effet que de nombreux sirops commerciaux contiennent du dextrométhorphane, une substance potentiellement dangereuse. Ils demandent au gouvernement du Québec d’ajouter ce produit à la liste de médicaments qui doivent être vendus derrière le comptoir, de sorte que seuls les pharmaciens en aient le contrôle. Ils invitent également ces derniers à retirer le dextrométhorphane des tablettes avant même qu’un possible changement législatif les en oblige. Le tout dans le but que «monsieur et madame Tout-le-Monde cessent de s’automédicamenter avec une telle substance», explique le Dr Guilmette, en entrevue au Soleil.

Le Dr Guilmette et Me Kronström tirent leurs conclusions de leurs enquêtes sur les morts d’Yvon Boucher, 64 ans, et Marcel D’Amour, 65 ans, tous deux décédés au printemps dernier à la suite d’une intoxication accidentelle, alors qu’ils voulaient soigner leur toux avec du sirop.

M. Boucher aurait été victime d’un malaise cardiaque ayant été causé involontairement par un cocktail dangereux, lui qui prenait déjà du Prozac pour traiter sa bipolarité et du Biaxin pour soigner sa bronchite. «Le dextrométhorphane peut produire des interactions avec une foule de médicaments, dont une grande majorité d’antidépresseurs et certains antibiotiques. Dans le cas de M. Boucher, cette combinaison s’est avérée mortelle», signale le Dr Guilmette.

Dans le cas de M. D’Amour, c’est tout simplement un surdosage qui aurait été fatal, une situation qui aurait pu être évitée s’il avait obtenu les conseils d’un pharmacien, soutient la coroner Kronström.

L’Offi ce des professions ainsi que l’Ordre des pharmaciens du Québec assurent qu’ils vont s’attarder aux conclusions du rapport des coroners, mais il est encore trop tôt pour savoir si les sirops contenant du dextrométhorphane seront retirés des tablettes. «Il faut trouver le juste milieu», tempère la présidente de l’Ordre des pharmaciens, Diane Lamarre. Elle souligne que le Québec est déjà plus restrictif que d’autres provinces, où l’on peut se procurer le médicament dans les épiceries et les stations-services.

Mme Lamarre considère par ailleurs qu’il est pratique pour bien des personnes d’avoir accès à ce type de produit sans avoir à se présenter à un comptoir de pharmacie. «Le médicament qui cause le plus de mortalité par intoxication, c’est l’acétaminophène [Tylenol]. Or, personne ne demande à ce que tous les acétaminophènes ou anti-infl ammatoires soient retirés des tablettes», dit-elle, en ajoutant que les pharmaciens sont déjà en train de réfl échir à des mesures concrètes pour alerter les patients à propos des risques de certains produits en vente libre.

Les sirops contenant du dextrométhorphane affi chent parfois l’abréviation «DM» dans leur appellation, mais il vaut mieux consulter la liste des ingrédients sur l’étiquette du fl acon.

Une substance ineffi cace?

Le Dr Pierre Guilmette soutient que même après 60 ans d’utilisation, l’effi cacité du dextrométhorphane n’a jamais été démontrée. Il s’appuie sur des études récentes ayant comparé l’emploi de ce médicament contre un placebo et du

miel, et où ce dernier se serait avéré le meilleur pour contrôler la toux. «C’est bien certain que dans mon rapport, je fais mention du fait que cette substance est inutile, à tout le moins dangereuse, et puis les gens pourront tirer leurs propres conclusions», prévient-il.

Si les chercheurs sont unanimes à l’égard de l’ineffi cacité du dextrométhorphane chez les enfants de moins de six ans, Diane Lamarre affi rme pour sa part qu’il n’y a pas de consensus pour le reste de la population. Chose certaine, et le Collège des médecins va dans le même sens, c’est que les médicaments sous forme liquide comme les sirops sont souvent banalisés, de sorte que les gens sous-estiment souvent la posologie suggérée.

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13LE COURRIER PORTUGAIS SAVEURS DU PORTUGAL MARS 2012

Gracieuseté

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Corps et âmeIls sont blancs, jeunes, frais et fruités. Ils sont aussi rouges, élégants, de ‘bouquets’ sans pareil.Certains, vieillis depuis plus longtemps, produits d’une lignée de vignes centenaires remontant au temps de l’occupation du continent portugais par les Phéniciens et les Romains, gardent au goût la modération des siècles. De cette noblesse, confondue avec l’histoire actuelle du Portugal, ils ont hérité de la qualité qui les distingue des autres. Nous parlons bien sûr des vins portugais, dont la production représente de nos jours une des activités les plus

importantes du secteur agricole. Activité qui, d’ailleurs, met le Portugal en huitième position dans l’échelle de production mondiale de vins et entre les cinq plus grands producteurs de vins de l’union européenne. La démarcation de régions et la sélection minutieuse de vignobles, appuyées par de nouvelles techniques de production et d’emballage, ont apporté une plus-value nécessaire au développement du secteur et à l’incrément de l’exportation. Du nord au sud du pays, du littoral a l’intérieur, petites et grandes vignobles, peu importe leur localisation géographique, dessinent dans leur ensemble un paysage d’arômes et de saveurs, tous différents les uns des autres. C’est sans doute dans cette diversité géographique, faite de microclimats et de divers types de sols et dans la sélection de vignobles exclusivement nationales que réside l’essence des vins portugais sans pareil. Tous différents mais tous dignes d’occuper une place à votre table.

À table! Le festin commence!Le Portugal est un vrai paradis de saveurs et d’arômes par sa gastronomie riche en traditions et coutumes. Grâce à des conditions climatiques exceptionnelles, notre pays peut être fi er de produire des produits agro-alimentaires de haute qualité, appréciés partout dans le monde. Dans une économie où la composante agricole est proéminente, plusieurs sont les produits locaux qui se démarquent en exportations : l’huile d’olives, le concentré de tomates, les fruits et légumes, les produits laitiers et autres dérivés de production animale. L’industrie de la pêche fait incontestablement partie de nos traditions et a ainsi sa place d’importance majeure dans le secteur agro-alimentaire.Les normes élevées de qualité de l’huile d’olives que l’on retrouve dans tous les plats de cuisine traditionnelle portugaise, les fromages typiques, les charcuteries préparées dans le respect des plus anciennes traditions, les fruits secs résultant du climat doux, le miel qui enrichi la plupart de nos pâtisseries traditionnelles, sont parmi les critères à tenir en compte lorsque vous visitez le Portugal et vous procurez des produits locaux. Les produits portugais changeant, évoluent et s’adaptent à nos habitudes alimentaires. Mais la qualité reste immuable et avoir ces produits sur votre table, c’est un privilège !Bon appétit.

L’art du modelage - de l’art sur tableHarmonie, pureté, élégance et beauté sont tous des synonymes pour décrire les œuvres qui naissent de cet art ancestral de modeler l’argile et le verre.Lors de ses maintes aventures commerciales, le peuple portugais a découvert des objets fascinants, faits de divers matériaux dont l’argile, la porcelaine et le verre. Il a su en retirer les principes de création et rapidement, en adaptant et en recréant la richesse de ses terres et du sable de ses plages, il a trouvé la formule magique pour créer les pièces en céramique et en cristal, que nous retrouvons aujourd’hui aussi bien dans les plus luxueuses demeures que dans les espaces les plus simples. Ces produits peuvent être utilisés à table ou dans la cuisine, être décoratifs ou pas, en porcelaine, en grès ou en argile, peints à la main ou calqués, blancs ou multicolores, avec des représentations traditionnelles ou des décorations modernes.

L’art de souffl er le verre reste inchangé depuis des siècles. Le perfectionnement et la purifi cation des techniques utilisées ont mené à la découverte du cristal, de nos jours une spécialité des artisans portugais. Verres, décanteurs ou vases, objets d’art d’une transparence cristalline, tous expriment l’innovation et les designs uniques qui embellissent n’importe quel espace ou environnement. Munis de nouvelles technologies, les fabricants locaux peuvent aujourd’hui partager avec le monde la qualité et la diversité de leurs produits. L’industrie portugaise des produits utilitaires et décoratifs occupe une place de notoriété. La céramique, le verre et le cristal sont de nos jours une image de marque pour le Portugal sur le marché international.

Gastronomie portugaiseLa gastronomie portugaise est riche et variée. Chaque région a ses spécialités spécifi ques gastronomiques, s’inspirant souvent des produits locaux. Il est à noter qui la gastronomie portugaise tourne en grand partie autour des produits de la mer. Le Portugal est en effet le Royaume du poisson et des fruits de mer.Si la viande y est largement appréciée, le Portugal possède en effet une réputation largement méritée quant à qualité et la fraîcheur de ses poissons et de ses fruits de mer. Mais pour connaître un peuple, rien de mieux que de s’asseoir à sa table, en buvand et en mangeant avec lui et comme lui.Venez chez nous. Chez le portugais.À bientôt.

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LE COURRIER PORTUGAIS ÉVÉNEMENTS MARS 2012

Une auberge avec cabane à sucre A Sainte-Marte, dans la montagne de Rigaud, une heure a l’ouest de Montréal, se trouve l’Auberge des Gallant. Campée sur un jardin botanique de 2 ha, l’Auberge, d’allure victorienne, est une affaire de famille. Les Gallant, sont passionnés par leur travail.En Mars et avril, les amateurs se précipitent a la Sucrerie des Gallant, construite de troncs tombés lors de la tempête de verglas de 1998.Petit et rustique, l’établissement a, une agréable complexe, comptant 26 chambres, un spa luxueux et une fl orissante entreprise de sirop d’érable.www.siropderable.caJe vous passe une impérieuse envie de sucre. Bonjour ! Bisou.

Lucia Ramos Borges

Alexandre Da Costa - calendrier d’avril

Par ordre décroissante

26-28 Avril 2012Récitals à Drummondville et Victoriaville, Québec, CanadaPianiste : Anne-Marie DuboisBeethoven Sonatas

24-25 Avril 2012Orchestre Symphonique de QuébecQuébec, CanadaSoliste invitéChef : Jean-Marie ZeitouniSarasate’s Carmen Fantasy / Ravel’s Tzigane

18 Avril 2012Orchestre Symphonique de MontréalMontréal, Québec, CanadaSoliste invitéChef : Nathan BrockDaugherty Fire and Blood Concerto

13 Avril 2012Orchestre Symphonique d’IzmirIzmir, TurquieSoliste invitéChef : Hansjorg SchellenbergerTchaïkovski Concerto

7 Avril 2012Orchestre Philharmonique du Nouveau-MondeQuébec, CanadaSoliste invitéChef : Michel BrousseauTchaïkovski Concerto

1 Avril 2012Orchestre Symphonique de BerlinBerlin, AllemagneSoliste invitéChef : Cesario CostaBruch Concerto

Le Centre de la nature de Laval

Véritable trésor urbain, le Centre de la nature de Laval vous propose une foule d’activités extérieures: patin sur le grand lac, ski de fond sur un petit réseau de 5 km, glissade sur tube sur cinq pentes entretenues mécaniquement et initiation au ski alpin pour les enfants de 5 à 8 ans. Le centre dispose aussi d’une ferme où l’on retrouve entre autres une vache, un cochon, un cheval, des poules, des coqs et des chèvres. Tarif: 7$ par véhicule (gratuit avec carte accès laval)901, avenue du Parc, Laval | www.ville.laval.qc.ca | 450-662-4942

Cosmodôme

Un peu moins «plein air», le tout nouveau Cosmodôme de Laval vous promet une expérience extraordinaire… dans le cosmos! Dans un cadre éducatif et ludique, on vous propose différentes missions d’exploration spatiale et d’astronautique. Celles-ci vous feront vivre ou revivre de véritables exploits et découvertes spatiales de notre époque. Et si vos enfants en raffolent, inscrivez-les au camp de jour «scientastique» qui aura lieu du 5 au 9 mars (enfants âgés de 5 à 15 ans). 2150, autoroute des Laurentides, Laval | www.cosmodome.org | 1 800 565-2267

À margem dos ÓscaresA convite de Joe Puga Productions O Correio Português esteve na noite dos Noite de Óscares 2012 para Diabéticos o que quer dizer, que os lucros da noite foram entregues à fundação canadiana dos diabéticos.Como já todos sabemos o Joe é um artista e sempre gostou de ver os Óscares. Para isso, juntava-se com os familiares e amigos mas ao longo dos anos, os amigos começaram a aumentar e o espaço a faltar. Resolveram então fazê-lo num outro local e foi aí que surgiu a ideia de o fazer no hotel Holliday Montreal mid-town onde o Joe onde trabalha, com o posto de director de vendas e marketing. A noite foi um sucesso do princípio ao fi m; a sala estava decorada estilo Hollywood, com um buffet maravilhoso à nossa espera, uma organização impecável e tinha, como já o imaginaram, o Joe Puga como chefe da equipa, mas como diz o Joe, a sua força é a sua equipa, que inclui familiares que sempre lá estão para o apoiar. Também tivemos direito a uma linda surpresa com a presença de dois artistas da comunidade: Sara Franco e Alex Câmara. Os familiares e amigos que tinham como costume de se encontrarem em casa, desta vez, falando com outros amigos, conseguiram reunir 180 pessoas que passaram uma noite maravilhosa e além disso, contribuíram para a fundação dos diabéticos com o montante de 2010.00$. Parabéns a Joe Puga Productions e à sua equipa. Depois, retirados por momentos da azáfama da festa, conversando com Joe e falando de Joe Puga Productons que é uma companhia organizadora de eventos em várias áreas mas principalmente, no mundo artístico, lembrámos que foram eles que organizaram a primeira Gala de patinagem artística portuguesa no Canadá, que teve lugar em Montreal; também organizaram a miss Portugal dos 30 anos, para a Universidade de Mcgill; fi zeram Óscares para Mcgill, e para mcgill nigth, para não nomear que estes. Mas tudo quanto seja organizado por Joe Puga Productions, quer seja português ou não, eles conseguem meter sempre um pouco da cultura portuguesa nesses espectáculos.Se pensa organizar alguma festa com um certo nível, podem contactar Joe Puga productions através do número de telefone 514 842-6111 ext.368, porque à frente desta companhia encontra-se o Joe Puga, pessoa responsável e um homem que diz ser feliz. Adora o que faz e transporta Portugal no coração.Bravo e obrigado.

Henrique Laranjo

Laval a visitar — com ou sem crianças

15CORREIO PORTUGUÊS ESPAÇO JOVEM MARS DE 2012

Continuamos neste número, a apresentar para os mais pequenos, a História Alegre de Portugal, uma forma divertida de contar a História Pátria revalorizando Valores Portgueses aparentemente tão arredados da juventude, numa excelente publicação da Bertrand Editora, para quem vão os

nossos mais cordiais agradecimentos, lembrando que qualquer encomenda poderá ser dirigida a: FNAC PORTUGAL - ACDLDMPT, Lda | Sede Fiscal: Edifi cio Amoreiras Plaza

Rua Professor Carlos Albearto Mota Pinto, nr 9 - 6 B, 1070 - 374 Lisboa, Portugal

C i ú i Hi ó i Al d P l f di id d Hi ó i Pá i

A História Alegre de Portugal, da autoria de Artur Correia, e a adaptação a banda desenhada da obra homónima de Manuel Pinheiro Chagas, brilhante homem de letras e distinto politico do século XIX. Utilizando um modelo narrativo muito em voga na sua época, Pinheiro Chagas inventa um narrador, João Agualva, mestre-escola aposentado, que, cansado de repetir “histórias da carochinha”, decide, ao longo de dez serões, dar a conhecer, em termos didácticos e acessíveis, a História de Portugal a um grupo de saloios da sua terra, situada entre Betas e o Cacém. A narrativa, que provoca nos conterrâneos de João Agualva reacções de grande patriotismo, tem início antes da independência de Portugal e conclui no reinado de D. Luís, que coincide com a parte fi nal da vida do escritor. A extraordinária capacidade que o narrador tem de fazer reviver tempos mais remotos ou mais próximos mantém os seus ouvintes — a tia Margarida, o Francisco Artilheiro, o velho Bartolomeu, o Manuel da Idanha, o Zé Caneira na permanente expectativa do serão seguinte, que lhes permitirá fi carem a saber o desenrolar de inúmeras e impressionantes peripécias históricas.

Artur Correia, em cuja longa carreira de desenhador sobressai a colaboração no saudoso Cavaleiro Andante, segue, grosso modo, essa divisão em serões e, com um traço ágil em que ironia e candura se aliam de forma perfeita, visualiza um discurso histórico-literário já bastante marcado pela presença de imagens muito nítidas e sugestivas.Digna de registo é ainda a solução narrativa que apresenta as situações de “discurso directo” (a representação do narrador e dos seus “alunos”) a preto-e-branco e as de “discurso indirecto” (a representação dos factos/históricos) a cores.De leitura extremamente agradável, História Alegre de Portugal (em qualquer das versões) é um livro que possibilita, sem pôr em causa o rigor histórico sempre exigível em textos desta índole, um fácil e divertido contacto com muitas das mais notáveis fi guras e situações da nossa História.

O Editor

A História Alegre de Portugal, da autoria de Artur Correia, e a adaptação a banda desenhada da obra homónima de Manuel Pinheiro A

16 CORREIO PORTUGUÊS LE COURRIER PORTUGAIS MARS / MARÇO DE 2012

TAPAS MARTINISTAPAS MARTINISLundiCerveja, bière gratuite a l’achat de 2 tapasMardiMesdames mangent gratuitementa l’achat de 2 cocktailsMercrediMessieurs mangent gratuitement a l’achatd’une bouteille de vinJeudiMignon de boeuf à 10 $VendrediApero de la maison offert lors de ton anniversaireSamediDessert de la maison offert pour tonanniversaireDimancheSoirée familia, les enfants de 12 ans et moinsmangent gratuitement a l’achat d’un repas

Ne pas oubliez les 4 @ 7 2pour1 7 joursAucune offre n’est jumelable, merci de votrecompréhension et au plaisir

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